O quinto jovem alvo de uma série de sequestros na região do Subúrbio Ferroviário de Salvador já está em casa. O adolescente de 15 anos foi deixado na Rodoviária da cidade, segundo Denice Souza, mãe do garoto, que foi encontrá-lo no local nesta terça-feira (5). A mãe recebeu uma mensagem com a informação de que o jovem seria libertado hoje. Os sequestradores nunca disseram ser policiais e não fizeram nenhuma pergunta sobre a morte do policial Washington Luiz Santos Cruz, morto em Paripe na última semana.
Segundo a família, o adolescente foi liberado de dentro de uma Ranger por volta das 15h. A mãe já havia ido até o CIA, em Simões Filho, no domingo, depois de receber uma mensagem dizendo que o rapaz seria liberado lá, o que não aconteceu. Hoje, ela chegou no início da tarde e ficou por algum tempo no local até ver o carro com um homem dentro se aproximar e deixar o filho. "Ele estava muito assustado, nervoso e só pedia para sair dali".
O adolescente contou que foi sequestrado ao sair da escola, quando um homem saiu de um carro que estava parado na esquina e o puxou. Imediatamente colocaram um capuz na cabeça dele, colocaram em um carro e o levaram até uma casa que parecia isolada, mas era mobiliada. Quatro homens o sequestraram, mas na casa havia mais, totalizando cerca de 10, segundo o relato do rapaz.
Ele relatou ainda que ouviu outro rapaz sequestrado gritando muito - ele o reconheceu como sendo Ivo Rangel Brito de Souza, 19 anos, outro sequestrado, quando os dois foram levados para um matagal em uma noite. Os dois jovens foram espancados e enquanto o adolescente foi colocado em um "microondas" formado por pneus, Rangel foi assassinado diante dele a tiros. O jovem desmaiou e disse que ao acordar já estava novamente na mala do carro, a caminho da casa.
O rapaz quebrou o braço e diz que foi atendido em algum lugar que não soube identificar, usando um brucutu. Ele está com o braço direito engessado e mostra que perdeu um dos frisos do aparelho de dentes.
Na casa onde foi mantido refém, ele conta que ficava em uma cadeia, com as mãos amarradas, de frente para uma parede. Ele relembra que gravou o vídeo que foi enviado para a mãe e outros familiares com orientação dos sequestradores. "Eles diziam para ficar calmo, não chorar. Gravaram vários vídeos", diz.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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