A Polícia Federal informou ter cumprido, até por volta das 14h40 desta terça-feira (17), 12 dos 25 mandados de prisão expedidos para a Bahia na Operação Transbordo, deflagrada para desarticular um esquema de roubos de carga em seis estados do país.
O órgão não divulgou os nomes das pessoas presas e nem em quais locais do estado os mandados foram cumpridos. A PF disse que a ação ainda está em andamento para tentar localizar os demais alvos.
Do total de presos na Bahia até agora, seis foram alvos de mandados de prisão temporária e outros seis de prisão preventiva. Uma dessas pessoas presas foi localizada em Alagoas, mas a prisão foi contabilizada como sendo da Bahia porque o mandado era para ser cumprido no estado, segundo a PF.
A Operação Transbordo cumpre, em Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco, 176 mandados judiciais, expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió. Estima-se que a organização criminosa tenha causado um prejuízo superior a R$ 8,6 milhões, só em relação a roubo de cargas e caminhões.
Ao todo, os mandados foram expedidos para:
- São Paulo - 48 de busca e apreensão e 25 de prisão;
- Bahia - 36 de busca e apreensão e 25 de prisão;
- Alagoas - 18 de busca e apreensão e 12 de prisão;
- Rio de Janeiro - 2 de busca e apreensão e 2 de prisão;
- Pernambuco - 1 de busca e apreensão e 1 de prisão;
- Ceará - 1 de busca e apreensão e 1 de prisão.
Segundo a PF, a operação é para desarticular uma organização criminosa que atua em diversos estados do Nordeste e do Sudeste, valendo-se de falsas comunicações de crimes de roubo, além de adulteração de veículos, golpes em seguradoras e outros delitos.
As investigações começaram há cerca de um ano, com um roubo de carga em Alagoas. “Houve o flagrante e com o aprofundamento das investigações se identificou que, na verdade, não foi um caso esporádico, mas sim havia uma quadrilha por trás atuando dessa forma”, afirmou o superintendente da PF em Alagoas, Rolando Alexandre de Souza.
A organização criminosa contava com a participação dos motoristas dos caminhões, que simulavam terem sido sequestrados por assaltantes, enquanto outros integrantes realizavam a desativação dos dispositivos de segurança do caminhão e a subtração da carga. Depois disso, o motorista ia até a polícia para registrar a falsa comunicação do crime.
Segundo as investigações, a organização criminosa não tinha um tipo de mercadoria preferencial como alvo. Eles atuavam em qualquer frente, desde que fosse mercadoria (têxtil, eletrônicos, alimentos etc).
"Uma coisa que eles faziam era usar sempre uma mesma rota. Não pegavam rotas aleatórias. E, na maioria dos casos, na fronteira dos estados (da Bahia e Alagoas).
O caminhão era furtado do lado da Bahia, mas a comunicação do crime era feita em Alagoas. Isso tudo para dificultar a investigação. Isso dificulta a investigação porque a Polícia Civil não tem, às vezes, a capilaridade de conseguir fazer investigação em outros estados", disse o superintendente.
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