A irritação demonstrada por Juan Carlos Osorio à beira do campo em diversos lances da derrota para o Brasil se transformou em duras declarações após a partida. Tanto na primeira entrevista, à Fifa, logo depois do apito final, quanto na coletiva de imprensa em Samara, o comandante do México focou em reclamações contra a arbitragem comandada pelo italiano Gianluca Rochi.
Osorio afirmou que o árbitro demorou a reiniciar o jogo em diversas oportunidades e usou expressões como "vergonha para o futebol" para falar da postura dos brasileiros, alegando que os atletas adversários "fingiram faltas" e que houve tempo perdido "com um só jogador", sem citar diretamente Neymar.
- Acho que é uma vergonha para o futebol que se perca tanto tempo com um só jogador. Acho que a veemência que jogamos no primeiro tempo parou na arbitragem. Cada situação de jogo demorava muito. Uma delas demorou quatro minutos - reclamou, ainda na primeira resposta da entrevista coletiva.
Em seguida, o treinador - que trabalhou no São Paulo em 2015, antes de ir para o México - usou palavras ainda mais duras.
"Não é um exemplo para o futebol e para as crianças que veem o futebol. É um jogo de homens, como em outros esportes, e não há espaço para tanta palhaçada. Me incomodaram as atitudes de quem tinha as ações de jogo".
O técnico mostrou impaciência diante de algumas perguntas dos jornalistas. Primeiro, ao ser questionado por uma repórter brasileira quanto à câmera que flagrou o pisão de Layún em Neymar (veja o lance abaixo), fechou a cara e respondeu apenas com uma frase simples: "Respeito sua opinião". Depois, quando ouviu um jornalista estrangeiro afirmar que havia reclamado diretamente de Neymar, interrompeu e se defendeu.
- Eu não o mencionei. Não falei nenhum nome. É sua interpretação. Dei minha opinião. Foram contatos simples e toda hora o árbitro parou o jogo - disse o treinador, que não falou o nome do camisa 10 da Seleção em nenhum momento da coletiva, nem mesmo quando elogiou os atacantes do Brasil.
Na entrevista ainda no gramado, Osorio apontou que a arbitragem "favoreceu o Brasil e protegeu seus jogadores", citando de forma positiva a posse de bola de 54% por parte dos mexicanos. O técnico lamentou a falta de pontaria nas chances que sua equipe teve, e deixou seu futuro em aberto.
- Acredito que o mais importante agora é pensar com calma, fazer uma análise meticulosa, detalhada, do que fizemos aqui e tomar uma decisão sobre o futuro - completou.
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