
Relatório da Receita Federal aponta que o dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus foi desviado para o patrimônio particular de seus líderes e para empresas que, por terem o lucro como finalidade, não deveriam se beneficiar da imunidade tributária conferida pela Constituição a entidades religiosas. O documento foi anexado ontem ao processo criminal aberto na segunda-feira pelo juiz Glaucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira.
A investigação da Receita, concluída em 1997, mostrou que a Universal se tratava de "mera geradora de recursos para a montagem de um grupo econômico que nada fica a dever aos demais existentes na economia brasileira, até com alguma complexidade atingindo inclusive a área financeira", informou a Folha.
Na época, a Receita aplicou multa de R$ 98 milhões - cerca de R$ 300 milhões, corrigidos pela Selic. A investigação também embasou um processo do Ministério Público Federal para cancelar a concessão da Rede Record, comprada em 1990 pelo bispo Edir Macedo por meio de empréstimos.
O advogado Universal, Arthur Lavigne, apresentou, na segunda-feira, um documento em que a Receita atestaria a idoneidade fiscal da Iurd e de todos os líderes denunciados. Em carta no blog do bispo Edir Macedo, Lavigne disse que as acusações de lavagem de dinheiro contra os líderes da Universal já foram arquivadas pelo STF em 2006, a pedido da Procuradoria Geral da República.
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