terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Economistas: aumento do mínimo na era Lula esgotou contas


Uma das principais bandeiras do governo Lula, o aumento contínuo do salário mínimo acima da inflação, ajudou a dinamizar a economia do País em um primeiro momento, mas também fez as contas públicas chegarem "a um limite", segundo economistas ouvidos pela BBC Brasil.

O principal argumento é de que o salário mínimo "já deixou" de ser um instrumento eficaz de redução da pobreza no País e que os aumentos reais estão apenas "ampliando o rombo" nas contas da Previdência Social.

"A política de aumento do salário mínimo está sendo vítima de seu próprio êxito. Ela funcionou até certo ponto, mas já não está mais ajudando os mais pobres, ou seja, não está mais ajudando os que ficaram para trás", diz o economista Fábio Giambiagi, especialista em contas públicas.

Durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o valor do salário mínimo cresceu perto de 50% acima da inflação, chegando em 2010 a R$ 510.Por trás de sucessivos reajustes está a ideia de que um salário mínimo mais forte funciona como um "indutor" do consumo e do aumento da renda no País, contribuindo assim para a redução da pobreza. Mas segundo Giambiabi, essa política "já se esgotou". "De cada R$ 100 de aumento no salário mínimo, apenas R$ 3 chegam às mãos dos mais pobres", diz.

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