O tráfico de drogas, responsável pelas mazelas do Centro Histórico de Salvador, adotou nova logística para vencer o cerco policial. Os traficantes estão negociando com os usuários, na maioria miseráveis dominados pelo vício, para que eles quitem seus débitos vendendo as drogas, sobretudo o crack.
Segundo a tenente Daniela Bonfim,18º BPM do Pelourinho, a droga no Pelourinho já é um problema de saúde pública. “O usuário precisa de tratamento. Mesmo que a polícia reprima, o viciado quer é satisfazer sua necessidade imediata e ele vai atrás da droga, sem medir os riscos”, disse.
Sem dinheiro para comprar a pedra, que custa em média R$ 5, são aliciados pelos traficantes a vender e pagar o vício com a comissão. "Essas pessoas são miseráveis, vivem à margem da sociedade. Já perderam tudo: família, casa, cidadania e até princípios básicos de auto estima e dignidade", lamentou a assistente social Adriana Nascimento.
"Para conseguir suprir as necessidades di vício, eles comercializam e recebem a comissão em crack", conta a tenente. "Muitas vezes flagramos viciados com dez pedras. Isso não caracteriza, em tese, tráfico. Assim, o trabalho de combate a droga fica prejudicado, porque o traficante mesmo nunca tem nada que prove seu delito”, contou à reportagem do Teia de Notícias, na quarta-feira (22) à noite.
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