quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Professor: autoridades não se indignam com algemas em "bandidos comuns"


A recente operação da Polícia Federal que colocou sob regime de prisão temporária e prisão preventiva vários servidores do Ministério do Turismo deu margem a uma gritaria generalizada através da imprensa.

Parlamentares, membros do governo, a presidenta Dilma e até mesmo o ex-presidente Lula questionaram duramente o fato dos presos terem sido submetidos a um tratamento indigno. Foram algemados pelos policiais federais e tiveram suas fotografias divulgadas na imprensa como "bandidos comuns", sem camisa e segurando uma cartolina com identificação.

Justíssima indignação. Utilização de algemas, quando não há riscos para a segurança do preso que está sendo conduzido e para a sociedade, é não só uma atitude policial desnecessária como, também, ilegal. Sobre isso, inclusive, já se pronunciou o Supremo Tribunal Federal. Da mesma forma deve ser entendida a exposição da imagem de presos, estejam eles ainda na condição de simples suspeitos ou mesmo já condenados pela justiça.

Até ai, nada demais. Palmas para a gritaria. Quanto menos alimentarmos a espetacularização midiática das questões envolvendo a segurança pública e das ações policiais à sua volta melhor para a sociedade.

A dignidade do preso, de qualquer preso, independente do crime de que esteja sendo acusado ou pelo qual tenha sido condenado, deve ser respeitada. Expô-lo à execração pública é, no mínimo, submeter o preso, suspeito ou criminoso condenado, a uma dupla pena. Dupla pena que, inclusive, ultrapassa o próprio preso e alcança sua família.

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