O sindicato dos médicos da Bahia (Sindimed-BA) suspendeu o atendimento médico pelo plano Bradesco Saúde a partir desta quarta-feira (25). De acordo com o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, todos os procedimentos em consultas eletivas não serão realizados e apenas os serviços de urgência e emergência serão atendidos normalmente. Segundo Francisco, mais de 60 mil usuários na Bahia serão afetados com a paralisação, que é por tempo indeterminado. O Sindimed divulgou a interrupção dos atendimentos na última quarta-feira (18).
O presidente do sindicato informou que a decisão pela suspensão do serviço ocorreu após a empresa não ter entrado em um acordo com a categoria com relação aos valores pagos por consulta. "Nós queremos conversar com o Bradesco para estabelecer a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Até o próprio Serviço Único de Saúde (SUS) se baseia por essa tabela. Só que o Bradesco estabelece os próprios valores e nós queremos mudar isso. Suspender o atendimento foi a única forma que encontramos", disse Francisco Magalhães.
De acordo com o sindicato, as consultas e demais procedimentos só podem ser feitos com a condição de que o cliente utilize a modalidade de reembolso, pagando pelo serviço e exigindo ressarcimento do plano.
O Sindimed se queixa ainda que há anos os médicos tentam abrir negociação com o Bradesco Saúde, mas sem sucesso, e que a estagnação dos valores pagos "atingiu níveis insustentáveis". Segundo o sindicato, os valores cobrados atualmente estão ultrapassados, principalmente dos exames de alta complexidade.
"Oficialmente nós não fomos chamados para negociar com o Bradesco. Foi feito uma tentativa com o Procon, que fez uma reunião e já tinha acontecido uma anterior, e o plano pediu um prazo de 15 dias. Após esse prazo, eles disseram que não tinha nada para negociar. Nós queremos mudar esse paradigma dos planos e estamos alertando para a necessidade de sentar com o sindicato", relata Francisco.
Caso o plano não aceite negociar, o sindicato informou que os médicos pretendem fazer um movimento de boicote ao Bradesco, encerrando contas correntes, investimentos, seguros e qualquer outro produto do banco. Ainda de acordo com o sindicato, a paralisação foi comunicada ao Procon, Ministério Público (Ceacon), Ministério Público Federal e à Agência Nacional de Saúde (ANS).
A assessoria de comunicação da Bradesco Seguros informou em nota que a Bradesco Saúde faz o reajuste anualmente dos valores de consultas e honorários médicos, na maioria das vezes com índices gerais acima dos preços e dos índices de reajuste editados pela ANS. Até a publicação desta reportagem, nenhuma assembleia havia sido agendada para discutir os rumos da paralisação.
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