Uma criança indígena de três anos foi encontrada amarrada em uma estrutura de ferro, semelhante a uma barraca, na Praça da Bíblia, no centro de Teixeira de Freitas, no sul na Bahia, na manhã de terça-feira (24). De acordo com a polícia, moradores da região encontraram a criança e chamaram a polícia, que acionou a assistência social e Conselho Tutelar.
De acordo com a assitente social Sirlene Bernardina Silva, que acompanhou a situação, ao chegar no local, a criança estava recebendo ajuda de policiais militares e jornalistas da região. "Quando eu cheguei no local ela estava amarrada pelo pé e estava sendo cuidada por um policial e por uma repórter que estava com ela no colo", relatou a assistente. Moradores informaram que uma mulher indígena havia sido localizada no bairro de Timotão, bem distante do local onde a criança foi encontrada, e foi identificada como mãe do indígena. Ela estaria jogada no chão de um campo de futebol, totalmente embriagada.
Os órgãos municipais envolvidos na ação tentaram contato com a mulher, mas não conseguiram entender o que ela dizia por não falar o idioma dela e devido ao estado de embriaguez em que estava.
Ainda segundo Sirlene Silva, a mulher e a criança fazem parte de um grupo de aproximadamente 50 indígenas que vagam pela região pedindo esmolas e bebendo. O grupo pertence à localidade de Machacalis, em Itanhém, próximo à divisa com o estado de Minas Gerais.
"De manhã nós já tínhamos reunido em um ônibus uns 50 indígenas para levar de volta ao destino deles. À tarde me ligaram para dizer que tinham outros na rua e essa criança amarrada. Os índios informaram que a mãe da criança que o amarrou e saiu andando sem destino. Ela estava alcoolizada", conta.
Ainda de acordo com a assistente social, frequentemente eles precisam mandar os índios de volta ao seu local de origem, o que não é incubência do órgão. Segundo ela, os órgãos responsánveis não se pronunciam sobre a situação.
"Isso é com frequência que ocorre e sempre a assistência social tem que estar levando eles, sendo que não é nosso papel. Eles ficam completamente embriagados e não tem noção do estão fazendo, quase seres irracionais, são inocentes. Quando vamos levá-los temos que esperar a boa vontade deles e dá muito trabalho conseguir reunir eles, porque eles fogem. As crianças ficam ao relento. Nós deixamos de fazer o nosso serviço para ajudar eles, porque afinal de contas, são seres humanos", comentou Sirlene.
De acordo com a assistência social, cerca de 20 crianças vivem com o grupo e não se sabe como e nem porque os indígenas saem de sua região para Teixeira de Freitas. Alguns deles afirmam que chegam ao local pedindo carona, fato que gera desconfiança entre as autoridades.
O Conselho Tutelar, que também acompanhou a operação, informou que a criança e a mãe foram levadas de volta ao local de origem, juntamente com o grupo. O caso foi registrada na polícia e será denunciado ao Ministério Público.
O G1 procurou a Funai para prestar esclarecimentos, que disse que vai apurar as informações. Até o momento desta publicação, não houve um retorno sobre a situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário