O secretário geral da Interpol (organização internacional que coopera com policias de diversos países), Ronald Noble, revelou à rede americana CNN que a instituição enviou uma equipe para o Brasil para investigar uma possível manipulação de partidas na Copa do Mundo. “Posso garantir que, agora, enquanto a Copa acontece, existem grupos de crime organizado trabalhando com apostas ilegais. Isso pode influenciar no resultado de um jogo ou no que acontece em campo, com suborno ou corrupção”, disse Noble em entrevista ao apresentador Richard Quest no programa Quest Mean Business, na tarde desta sexta-feira.
“E quando você pensa ‘é um evento grande, é muito importante, esse tipo de coisa não pode acontecer’, é que aí você tem um problema. Por isso, enviamos uma equipe da Interpol ao Brasil, para ajudar os brasileiros, e outras equipes pelo mundo para investigar esses grupos de crime organizado que trabalham com manipulação de resultados. Isso tem que ser vigiado.” Na noite desta sexta, Luiz Eduardo Navajas, delegado da Polícia Federal e coordenador da Interpol no Brasil, negou a existência de uma operação da instituição no país investigando manipulações de resultado na Copa. De acordo com Navajas, houve um mal entendido com relação à entrevista de Noble.
Segundo Ronald Noble, as apostas não seriam apenas sobre os resultados dos jogos, mas também sobre outros lances que acontecem em campo. “Um pênalti, qual equipe dá a saída de bola, para quem é o primeiro escanteio… as pessoas apostam milhões de dólares nessas coisas. É assim que definimos o termo ‘manipulação’ num jogo.” Questionado sobre uma eventual participação de árbitros, jogadores e outros envolvidos na organização da Copa do Mundo, ele disse que a possibilidade existe, mas não deu mais detalhes. “Há possibilidade, mas não sei se é provável. Não prevejo o futuro, falo apenas sobre o que está acontecendo.”
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