Não há como fugir do óbvio. Se o Flamengo consegue agora respira bem mais aliviado na tabela do Campeonato Brasileiro deve, em grande parte, ao efeito Vanderlei Luxemburgo. Mais precisamente, deve 63% de sua campanha ao técnico rubro-negro. 12 dos 19 pontos que o clube tem na tabela foram conquistados desde a chegada do técnico. Contratado como emergência, ele ostenta 80% de aproveitamento nesta nova passagem pelo clube.
Foram cinco jogos, com quatro vitórias e uma derrota. Cinco gols marcados e dois sofridos. Três triunfos consecutivos. O time, lanterna em sua chegada com sete pontos, agora é o 13º lugar, com 19 pontos, quatro acima da zona de rebaixamento. Claro, ainda podem faltar melhorias, mas é fato que o Flamengo evoluiu.
O acerto da defesa, que deixou de ser a peneira que se desenhava, contribuiu. Luxemburgo ganhou os jogadores com o discurso de humildade. As expressões "carregar saco de cimento" e "sair da confusão" foram difundidas pelo técnico. É fácil encontrar jogadores, de experientes como o lateral-direito Léo Moura e o atacante Eduardo da Silva a jovens como o zagueiro Marcelo, as utilizarem com frequência.
"Temos de continuar caminhando, com um saco de cimento para fora. Futebol você sai do ceu ao inferno rapidamente. Estamos com 19 pontos, avançamos, mas não acabou a competição. Temos jogos fora, com obrigação. Obrigação no Flamengo é sempre, os questionamentos vão vir sempre", disse o treinador rubro-negro.
As perguntas feitas sobre a possibilidade de o time conseguir algo diferente no Brasileiro, na parte de cima da tabela, parecem ainda incomodá-lo. Na fórmula que vence, com discurso simplista, da luta dos operários e seus sacos de cimento, não se mexe.
"Não podemos mudar. Quero sair da confusão, que está ali embaixo. Se sairmos, vamos ver oque acontece", completou o treinador.
A sua vantagem numérica pelos antecessores, no entanto, está clara. Jayme de Almeida, que iniciou o Brasileiro, somou quatro pontos ou 21%. Ney Franco em sua catastrófica passagem de sete jogos e três pontos, apenas 15,7%. Luxemburgo, com um exército de operários com sacos de cimento nas costas, sorri de cima. Longe da confusão, ele ostenta os 63% do bolo rubro-negro que cresce a olhos vistos.
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