A exemplo do que ocorreu com o Hospital da Chapada, em Seabra, a Secretaria da Saúde do Estado será obrigada a anular outra licitação, desta vez a que contrataria a futura administradora do Hospital da Criança e Feira de Santana. Assim como ocorreu em Seabra, a anulação só será possível após denúncias comprovarem a irregularidade no processo de licitação que julgou como vencedor do processo o Centro de Apoio aos Desempregados de São Paulo (Cadesp).
Segundo apurou o site jornalístico de Feira de Santana, Blog do Velame, a Cadesp é uma entidade fantasma, cujos endereços e telefones fornecidos pertencem e são usados por outras pessoas e empresas. “Trata-se de mais um entre tantos escândalos patrocinados pelo secretário Jorge Solla. Não é possível que a Bahia continue assistindo, dia sim dia não, a escândalos desse tipo florescerem na Sesab e o governador Jaques Wagner não tomar uma providência sequer”, avalia o deputado Heraldo Rocha (DEM), líder da oposição na Assembléia.
Caso não seja anulada a licitação, o Cadesp, que sequer endereço ou sede possui, poderá receber do Estado mais R$ 83 milhões durante dois anos. Segundo o cadastro do Cadesp na Receita Federal, a entidade teria sede na Rua Antonio Previato, 122, São Mateus, Zona Leste de São Paulo. Porém, no endereço dado à Receita em 2005, quando da inscrição do Cadesp no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), reside uma família desde 1993 e, desde então, o imóvel nunca foi alugado ou cedido para qualquer atividade empresarial.
A inexistência física do Cadesp levou o Ministério do Trabalho a solicitar uma Tomada de Contas Especial, conforme edital de convocação publicado no Diário Oficial da União, em 22 de janeiro de 2009. Segundo o edital, era necessária “a notificação do Centro de Apoio aos Desempregados de São Paulo – Cadesp, CNPJ 03.132.868/0001-23, que se encontra em local incerto e não sabido”.
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