O projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual, aprovado nesta terça-feira na Câmara Municipal de São Paulo, é uma vergonha para a maior cidade do País, afirmou a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) em nota enviada ao Terra. No documento, a ABGLT pede ao prefeito Gilberto Kassab que vete o projeto do vereador Carlos Apolinario (DEM), classificado como "obscurantista", "discriminatório" e "excrescência homofóbica".
Para a associação, é "descabido" propor a celebração do orgulho heterossexual de modo a "desmerecer a luta social justa da população LGBT", que "ocorre justamente para reafirmar a necessidade do enfrentamento da discriminação, agressão e violência comprovada às pessoas homossexuais".
"Os heterossexuais não são discriminados pelo simples fato de serem heterossexuais, ao contrário dos homossexuais, a exemplo dos casos recentes de violência homofóbica na Avenida Paulista tornados públicos pelos meios de comunicação (...). Os heterossexuais não são vítimas de agressões verbais e físicas, de violência, não são assassinados em virtude de sua orientação sexual", sustenta a associação.
Dia do Orgulho Hétero cairá perto do Natal
A data será celebrada anualmente no terceiro domingo de dezembro de cada ano, dia que passará a constar no Calendário Oficial da capital paulista. De acordo com o projeto, o Executivo "envidará esforços no sentido de divulgar a data (...), objetivando conscientizar a população e registrar a luta pela consolidação e defesa daqueles que desejam se manter homens e mulheres". A lei deverá ser regulamentada pelo Executivo dentro de 60 dias.
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