No despacho, a juíza diz que atendeu ao pedido do Ministério Público do Estado, que se mostrou favorável à concessão da liberdade aos três indiciados pelo crime. "Na leitura dos termos da prisão em flagrante, não é possível verificar de onde partiram os tiros que atingiram Claudia Silva Ferreira, constando que os indiciados não estavam no local e foram acionados via rádio, pois a vítima estava baleada no chão", diz Ana Paula na decisão.
"Assim sendo, por mais fortes e chocantes, e até mesmo
revoltantes que sejam as imagens de Claudia Silva Ferreira, já baleada,
sendo arrastada no asfalto, presa ao reboque da viatura, não é possível
afirmar que os PMs conheciam tal fato e o ignoraram. Ao contrário, o que
mostram as imagens é que a viatura parou e dois policiais desceram e a
colocaram de volta na viatura", acrescenta a juíza.
Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel
Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estão presos no
Complexo Penitenciário de Gericinó desde segunda-feira. Ontem, eles
prestaram depoimento na Polícia Civil.
Os três estavam na viatura que transportou Claudia,
atingida no peito por um tiro de fuzil durante operação policial no
morro da Congonha, em Madureira. No trajeto para o Hospital Carlos
Chagas, no bairro vizinho de Marechal Hermes, a tampa da caçapa do
camburão, onde a mulher foi colocada, se abriu e ela foi arrastada por
cerca de 250 metros, presa apenas pela roupa.
Nesta quinta-feira, três policiais militares que
participavam diretamente da operação no Morro da Congonha, foram ouvidos
pela Polícia Civil. Além de Claudia, a troca de tiros entre os
policiais e traficantes, resultou na morte de um adolescente de 16 anos.
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