O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira, por 11 votos favoráveis, o parecer pela admissibilidade do processo contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
Na semana passada, o parecer do relator do processo, deputado Marcus Rogério (PDT-RO), chegou a ser lido no Conselho de Ética, mas a votação foi adiada por um pedido de vista do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). O relator entendeu que havia elementos suficientes para dar continuidade a um processo por quebra de decoro. A partir de agora, o deputado será citado para apresentar a defesa em 10 dias úteis.
O deputado também foi investigado pela Corregedoria da Câmara, que recomendou sua cassação. O parecer foi enviado pela mesa diretora da Casa para o Conselho de Ética.
Mensagens trocadas interceptadas pela Polícia Federal apontam que os dois combinaram a transferência de R$ 120 mil para o chefe de gabinete do parlamentar, Vanilton Bezerra. O deputado também teria recebido de Youssef dois caminhões de bezerros, avaliados em mais de R$ 100 mil. A PF interceptou uma série de mensagens em que um interlocutor identificado como “LA” combina pagamentos no endereço do apartamento funcional de Argôlo em Brasília.
Na última sexta-feira, Luiz Argôlo alegou um problema de arritmia cardíaca e pediu licença médica de 15 dias na Câmara dos Deputados. Por meio de sua defesa, afirma ser inocente, diz não ter tido acesso às investigações e garante que não vai protelar os trabalhos do Conselho de Ética.
As relações com Youssef motivaram dois processos no Conselho de Ética. O deputado André Vargas (sem partido-PR) também enfrenta um processo de cassação e deixou a vice-presidência da Câmara em meio a denúncias de relação com o doleiro preso. Pressionado, o parlamentar deixou o PT.
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