terça-feira, 5 de setembro de 2017

Menino baleado na cabeça em arrastão na Baixada tem morte cerebral

O menino Renan dos Santos Macedo, de 8 anos, baleado na cabeça na noite de domingo, quando seu pai tentou fugir de um arrastão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve morte cerebral na manhã desta segunda-feira, informou a Polícia Civil. Desde que foi internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, a criança teve várias paradas cardíacas, e médicos vinham dizendo que cada segundo de vida dela era um milagre. Após horas em estado grave, Renan teve a morte cerebral constatada.

Segundo o delegado Sérgio Caldas, diretor do Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense (DGPB), a informação foi repassada informalmente pelo hospital para a 60ª DP (Campos Elíseos). A unidade avisou ao DGPB, que por sua vez, determinou que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense ( DHBF) assuma as investigações do caso.

Segundo a Polícia Militar, o pai do garoto viu homens armados fechando a Avenida Gomes Freire, próximo à favela do Retão, em Duque de Caxias, para roubar os motoristas. Ao tentar manobrar o carro para fugir, os criminosos atiraram contra o veículo. Um dos tiros atingiu a cabeça da criança, que estava no banco traseiro do carro e foi levado às pressas ao hospital.

A primeira constatação de morte cerebral aconteceu no final da manhã, mas a família manteve as esperanças até a realização de um segundo exame, de praxe. No final da tarde, esta nova avaliação confirmou a primeira, e os parentes de Renan lamentaram a tragédia.

— A família ainda está conversando com os médicos para decidir sobre a doação de órgãos — disse Alberto Macedo, primo do menino.

Antes de conversar com a equipe médica, Nilton Siqueira Macedo, pai de Renan, relembrou o momento em que a criança foi baleada pelos criminosos:

— Eu estava chegando perto do carro em que eles estavam assaltando. Eu vi os assaltantes e pensei "vou retornar". Nisso, não consegui retornar de uma vez só. Fui e voltei algumas vezes e começaram a balear o carro.

Abalado com a notícia da morte do irmão, Leonardo Macedo, de 19 anos, contou que Renan era uma criança querida por todos. A família decidiu por não doar os órgãos.

— Os médicos fizeram tudo o que podiam para salvar meu irmão, desde o início eles foram muito transparentes conosco. O Renan lutou pela vida até o último instante. Agora eu só peço oração pela minha família, porque eu nem sei como vou acordar amanhã. O sonho do meu irmão era que o pai dele voltasse para casa (os pais de Renan são separados) e ele adorava soltar pipa e jogar bola — disse Leonardo enquanto pedia justiça no caso do irmão.

O pai de Renan mora no Parque Suécia, em Belford Roxo. E a mãe do menino, no Pantanal, em Caxias.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a morte cerebral da criança foi confirmada às 17h32 e lamentou o ocorrido. "A direção do Hospital Estadual Adão Pereira Nunces informa que o paciente Renan dos Santos Macedo teve óbito confirmado às 17h32, após a conclusão do protocolo de morte encefálica. Assim como a direção e toda a equipe médica do hospital, a Secretaria de Estado de Saúde lamenta a perda da família, presta solidariedade neste momento de grande dor e segue à disposição dos pais e familiares", diz nota.

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