A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-BA) divulgou na manhã desta quinta-feira (6) um relatório com a análise do acidente ocorrido em um canteiro de obras, no último dia 9 de agosto, que resultou na morte de nove operários em Salvador.
As conclusões do laudo técnico da SRTE-BA são as mesmas apresentadas no mês passado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os relatórios indicam que a construtora Segura, responsável pela obra, não adotou as ações necessárias para garantir o uso adequado do elevador.
Falhas apontadas
A quebra do eixo que movia o carretel e o não funcionamento do freio de emergência são apontados como as principais causas da tragédia. O laudo indica que o eixo se partiu pelo ‘fenômeno de fadiga’, termo técnico utilizado para designar a ruptura progressiva de materiais expostos a ciclos repetidos de tensão ou deformação. O desgaste do ‘excêntrico’, um dos componentes do freio de emergência, contribuiu para que ele não parasse a cabine. Segundo a SRTE-BA, a recomendação do fabricante do equipamento é para que a manutenção no freio de emergência ocorra a cada seis meses.
A presença de graxa ao longo dos cabos de freios também é sinalizada como um dos problemas que comprometeram o funcionamento do dispositivo de emergência. Ainda de acordo com a SRTE-BA, o manual do fabricante indica que os cabos de freios nunca devem ser lubrificados.
Também foi constatado pela perícia que não havia indicação do número máximo de passageiros e peso máximo de carga a serem transportados no elevador, além da inexistência de aterramento elétrico da torre do equipamento, da falta de estrutura adequada para o acesso à cabine, e da ausência de vistoria diária no elevador de transporte de pessoas.
O relatório será enviado aos órgãos competentes em relação à saúde e segurança do trabalhador, bem como para os órgãos que estão investigando o acidente, como a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual, informou a SRTE-BA.
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