Três edifícios desabaram no centro do Rio na noite desta quarta-feira, por volta das 20h30. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida 13 de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção anexa ao Theatro Municipal. Segundo o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves, sendo que três delas foram atendidas no local e liberadas. Um homem que estava preso no elevador foi encaminhado para o hospital Souza Aguiar.
Também no Souza Aguiar, o zelador do prédio menor, Marcelo Antônio Moreira, 50 anos, disse ao Corpo de Bombeiros que estava sozinho no local e recolhia lixo quando a estrutura ruiu. Ainda assim, ele acredita que pode haver moradores de rua nos escombros, pois eles costumavam dormir sob a marquise do banco Itaú.
"Existem pessoas lá dentro, sim, mas são informações desencontradas, não é possível confirmar", afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. De acordo com os bombeiros do Quartel Central, houve uma explosão seguida do desabamento parcial do prédio, situado próximo da sede da Caixa Econômica Federal. Os bombeiros foram ao local e havia forte cheiro de gás.
O prefeito do Rio foi a primeira autoridade a se pronunciar oficialmente após o desmoronamento e apontou também um possível problema de estrutura de um dos edifícios como a causa da tragédia. "A possibilidade de vazamento de gás é muito pequena. Não sabemos a causa, mas não deve ter sido explosão, e sim um dano estrutural. A medida que as informações forem surgindo, nós vamos passando", afirmou.
De acordo com o analista de sistemas Fernando Amaro, que trabalha em um dos prédios, as atividades no local se encerrariam às 21h, então ele acredita que muitas pessoas já teriam ido embora, mas diz que um treinamento em sua empresa de informática se estenderia até esse horário, e ao menos seis de seus colegas estariam desaparecidos. Bombeiros seguem trabalhando nos escombros, mas não há informações sobre o número de vítimas.
Amaro trabalhava no quarto andar da edificação que chegou a ver desabar após escutar um estalo. "Foi tudo muito rápido. Vi o porteiro sair correndo gritando e daí o prédio começou a ruir. Foi muita sorte ele ter se salvado", afirmou, empoeirado.
No saguão de um dos prédios funcionavam uma agência do banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também fica o tradicional bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.
Por causa de vazamento de gás, as avenidas Rio Branco chegou a ficar interditada, mas foi liberada. Já a rua Evaristo da Veiga e avenidas Chile e Almirante Barroso seguiam bloqueadas. A Linha 1 do Metrô estava parada. As pessoas que tiveram os carros atingidos pelos escombros entregavam as chaves aos policiais, que retiravam apenas veículos menos danificados, ao passo que aqueles situados na zona de maior perigo não eram removidos.
O secretário municipal de Conservação dos Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, também chegou à região. A Secretaria de Estado de Saúde colocou em alerta todos os hospitais da rede pública estadual as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Tijuca e Botafogo, que são as mais próximas. Dois fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) acompanham os trabalhos para buscar as causas do desabamento.
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