quarta-feira, 16 de maio de 2012

Polícia quer botão de pânico nos ônibus para coibir assaltos


O botão do pânico. É com o mecanismo, colocado perto das mãos ou dos pés do motorista, que a polícia pretende reforçar ações de combate aos roubos a ônibus na capital baiana.

“Os ônibus precisam ter um sinal de pânico para alertar as empresas sobre a ação dos bandidos. Quando o botão for acionado, a empresa avisa à polícia, que se desloca para o local do assalto com mais agilidade”, explica o coordenador do Grupo Especial de Repressão ao Roubo em Coletivo (Gercc), delegado Paulo Roberto Guimarães.

Entre janeiro e abril, o número de assaltos a ônibus em Salvador aumentou 80% com relação ao mesmo período do ano passado, numa média de quatro por dia, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), como o CORREIO mostrou nesta nesta terça.

“Com o botão, o número de assaltos vai diminuir, porque, pelo sistema de pânico, o trabalho da polícia seria mais rápido. Hoje, tudo é feito de forma anacrônica e o registro de um assalto chega a demorar duas horas para ser feito”, argumenta Guimarães.

Atualmente, o motorista comunica o assalto à empresa para depois levar o veículo a um dos postos do Gerrc na Baixa do Fiscal, Pirajá, Iguatemi ou Rodoviária. Com o uso do botão, segundo o delegado, a empresa de ônibus receberia um sinal e avisaria à polícia a localização exata do veículo, que já é monitorado via GPS. “As equipes são deslocadas com mais rapidez e esperam os ladrões descerem dos ônibus para interceptá-los. Dá uma média de dois minutos para a intervenção policial”, prevê. Veja no gráfico ao lado como é hoje a reação policial a um assalto e como ficaria com o uso do botão.

Controvérsia
A medida, no entanto, não é bem recebida por profissionais da categoria nem por entidades de classe. O motorista da empresa BTU, Donaldson Sacramento, considera perigoso o uso de um botão para coibir a ação dos ladrões. “É algo anunciado e todos vão saber. Circulamos em áreas que marginais dominam e seremos facilmente identificados como os responsáveis por ter frustrado o assalto. O acompanhamento tem que ser feito por câmeras em tempo real”, avalia.

Seu colega Roberto Malhado, também da BTU, acredita que os motoristas ficarão ainda mais na mira dos bandidos. “Ficaremos mais visados. Se a câmera não funciona, imagine esse botão. Os ladrões podem até não saber no começo, mas quando souberem podemos ser retaliados”, teme. Informações do Jornal Correio.

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