Dois dirigentes das categorias de base do Fluminense ouvidos pelo Terra
trabalham com a forte hipótese de que Gabriel Costa (95), desaparecido
desde quinta-feira, possa ter sido assassinado. Vários amigos próximos,
nas redes sociais, já manifestaram luto pela especulada morte de
Gabriel, 18 anos. O caso do desaparecimento foi levado a público pelo
próprio Flu em nota oficial publicada na tarde desta segunda. O
histórico complicado do volante é apontado como agravante.
“Ele foi eleito o melhor volante da Copa
Carpina de 2011. Jogou muito, é excepcional. Mas depois entrou em um
processo em que desaparecia e retornava um mês depois, na maior cara de
pau, para pedir vaga no time titular. Aí o treinador não relacionava,
ele sumia mais dois meses e depois voltava para pedir perdão”, conta um
dirigente da base do Fluminense que pede para não ser identificado. Ele
também relata dificuldades extracampo de Gabriel Costa – o jogador
reside com a família em uma comunidade carente de Nova Iguaçu.
“O Gabriel sumia e quando a gente ia
atrás, encontrava ele na comunidade bebendo cerveja. Tinha vários amigos
traficantes. Era uma tragédia anunciada. Nós tentamos tirar ele de lá e
colocar para morar na concentração, mas ele não quis. Preferiu as
companhias dele, que são muito ruins”, acrescentou. Coordenador técnico
do Fluminense, Ivan Proença foi designado para manter contato com a
família de Gabriel, e dá mais detalhes sobre o histórico complicado do
jogador.
“O clube tentou sempre acompanhá-lo de
perto para dar disciplinas, uma rotina de treinamentos, mas ele vem de
uma família carente, com muitos irmãos, e tudo isso dificulta. O clube
nunca rompeu o contrato para tentar cada vez mais ajudá-lo. Se você
rompe, coloca o jogador para os acontecimentos”, explica Ivan. Gabriel
Costa também chegou a receber acompanhamento psicológico, mas as sessões
não alteraram seu quadro negativo.
Ainda de acordo com Ivan Proença, “ele
saiu de casa na quinta-feira e não regressou. Foi uma saída dele com os
amigos, talvez para um pagode, e a família está à procura, tentando
monitorar e aguardando. Do nosso conhecimento, ele não tinha
envolvimento com drogas, com alguma coisa marginal, e sim amizades na
comunidade. Nada pesado”.
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