Foram descobertos corpos de 796 crianças, a maioria bebês, enterradas em um depósito de cimento próximo a um convento que funcionava como centro de acolhimento a mães solteiras, em Tuam, cidade da Irlanda. Os corpos foram enterrados em segredo, sem lápides.
A existência do "cemitério", descoberto em 1975 mas ocultado até agora do domínio público, foi trazida à tona pela historiadora Catherine Corless, durante sua investigação de arquivos do convento de Bon Secours. Ela encontrou registros de óbito de quase 800 crianças ao longo de 36 anos. O corpo mais velho seria o de uma criança de 9 anos e do mais novo, dois dias.
A população irlandesa está exercendo pressão no governo para que seja aberta uma investigação oficial sobre o achado. Uma campanha dos habitantes da cidade pede a criação de um memorial com os nomes de todas as crianças enterradas, já foram levantados alguns milhões de euros.
De acordo com o jornal El País, um parente de William Joseph Dolan, um dos meninos que viveram no centro, apresentou uma denúncia formal à polícia irlandesa para forçar uma investigação sobre as circunstâncias do falecimento do garoto, que constam nos registros do convento, mas não em uma certidão de óbito.
Estudiosos estão atribuindo o elevado índice de mortalidade infantil no convento aos efeitos da desnutrição e a doenças como pneumonia e tuberculose, sugerindo que os menores eram negligenciados.
Convento de Bon SecoursO convento era uma das numerosas instituições geridas pela igreja católica, operando no país por décadas para enclausurar mulheres "desviadas" da moralidade irlandesa, como as mães solteiras. Também eram acolhidas muitas mulheres vítimas de abusos sexuais e de origem nos meios mais pobres.
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