terça-feira, 3 de junho de 2014

Em teste pra Copa, PM usa robô para retirar bomba de banco na Baixa dos Sapateiros

Alvo de ataque com explosivos na madrugada da segunda-feira (2), a sala de autoatendimento do Banco do Brasil da Baixa dos Sapateiros amanheceu completamente destruída. Durante a ação, os bandidos chegaram a trocar tiros com a polícia, e abandonaram dois cartuchos de emulsão em gel – que seriam utilizados para explodir outros caixas -, os quais só foram retirados e neutralizados pela Companhia de Operações Especiais (COE), da Polícia de Choque, horas depois.
O ataque ocorreu por volta das 4h. Segundo a Polícia Militar, quatro bandidos arrombaram a porta de vidro da agência e utilizaram um cartucho de emulsão em gel (similar a uma dinamite) para explodir um dos caixas eletrônicos. 
O impacto da explosão provocou a queda de parte do forro do teto e deixou vários móveis revirados. Entre os estilhaços de vidro na calçada ainda foram encontrados pelos policiais várias cápsulas de munição e máscaras que teriam sido usadas pelos criminosos.
TIROTEIO
Logo após a detonação dos explosivos, o alarme da agência disparou e a Central de Telecomunicações da Polícia Militar (Centel) foi acionada. Com a chegada de uma das viaturas, o bando iniciou uma troca de tiros com a polícia e fugiu em um Voyage branco, na contramão da via. Na perseguição, a viatura da PM colidiu levemente contra um  veículo de outra guarnição, que chegava ao local para dar reforço. 
Agente especializado controla robô antibomba usando um joystick(Foto: Mauro Akin Nassor)
O contratempo foi suficiente para facilitar o escape da quadrilha pelo Aquidabã. “Eles (bandidos) estudaram a área e sabiam que, chegando no Aquidabã, poderiam usar três caminhos: Comércio, Nazaré e Sete Portas. Optaram por Nazaré e despistaram a viatura na região da Bonocô”, explica o subtenente do 18º BPM Roberto Filho, coordenador da área.
Nas primeiras horas da manhã, a destruição parcial do banco e a operação montada para eliminar os riscos que envolviam os materiais deixados para trás pelos bandidos atraíram curiosos ao local. A PM isolou a área até a chegada da Companhia de Operações Especiais (COE), responsável pela eliminação dos riscos. 
ROBÔ
A operação durou cerca de duas horas, desde o reconhecimento do local até a neutralização dos artefatos. O primeiro agente mecanizado a entrar em ação foi o robô antibomba, controlado através de um controle remoto semelhante a um joystick de videogame. O equipamento fez o reconhecimento do ambiente onde os cartuchos de emulsão foram deixados, passando imagens em tempo real para um computador localizado do outro lado da rua.
Policiais do COE mexem em robô que removeu explosivos de agência(Foto: Mauro Akin Nassor)
Em seguida, o robô conduziu os dois cartuchos explosivos, que estavam na agência, até o meio da rua, onde foram neutralizados por um canhão disruptor - equipamento que utiliza um jato de água para romper o artefato sem acioná-lo.
Após a neutralização dos explosivos, um agente do COE, trajando uma roupa resistente a explosões que pesa 38 kg, vistoriou toda a área onde ficaram os restos de explosivos e a parte interna do banco para se certificar da eliminação da ameaça.
LEGADO DA COPA
De acordo com o comandante do Batalhão da Polícia de Choque, tenente-coronel Paulo José Coutinho, os equipamentos utilizados na operação foram adquiridos no ano passado para integrar o sistema de segurança dos grandes eventos internacionais que acontecem em Salvador, a exemplo da Copa do Mundo.
“Esse equipamento normalmente é usado em situações onde os homens podem ficar expostos a perigos. Por isso o robô vai lá e realiza o procedimento sem comprometer o bem-estar do policial”, explica o comandante.
Robô leva explosivo para o meio da rua, onde material é inutilizado
(Foto: Mauro Akin Nassor)
Finalizada a operação, o tráfego da rua foi liberado e a agência ficou à disposição dos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O Banco do Brasil não confirmou se alguma quantia foi levada na ação. A agência permanecerá fechada até a realização de um estudo de perdas e danos, além da realização dos reparos.
Segundo o boletim do Sindicato dos Bancários da Bahia, esse foi o 17º ataque a agências ou terminais de autoatendimento em Salvador, este ano. Destes, em sete foram utilizados explosivos.

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