Como resultado de uma investigação do Comitê de Ética da Fifa, a entidade máxima do futebol mundial determinou que 65 relógios de luxo dados pela CBF, em junho, a altos dirigentes internacionais sejam devolvidos. O presente, cada um deles avaliado em US$ 26,6 mil (R$ 62,2 mil), foi distribuído para os 28 membros do Comitê Executivo da Fifa, um representante de cada uma das 32 seleções que disputaram a Copa do Mundo e cinco dirigentes da Conmebol.
De acordo com o código de ética da Fifa, dirigentes só podem aceitar ou oferecer presentes que tenham 'valor simbólico ou trivial'.
- A CBF não deveria ter oferecido estes relógios, e aqueles que receberam a sacola com o presente deveria ter prontamente checado se o que havia no interior era apropriado e, uma vez descoberto o relógio, devolvido (à CBF) ou (...) reportado a questão ao à câmara investigatória (do Comitê de Ética da Fifa) - diz um trecho do comunidado da Fifa.
Ainda segundo a nota, a CBF recebeu um pedido de esclarecimentos e confirmou que, durante o 64º Congresso da Fifa, realizado às vésperas do início da Copa do Mundo, distribuiu os 65 relógios da marca Parmigiani, um dos patrocinadores da entidade que rege o futebol brasileiro. A CBF também informou que adquiriu cada relógio ao preço de US$ 8,75 mil (R$ 20,4 mil), no entanto a investigação do Comitê de Ética descobriu que o valor de mercado de cada peça é de US$ 26,6 mil. Consultada, a CBF afirmou, através da sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o caso.
A Fifa determinou que os dirigentes presenteados têm até o dia 24 de outubro para devolver os relógios, que serão doados, segundo a nota, para organizações independentes sem fins lucrativos que atuem em projetos sociais no Brasil.
O Comitê de Ética da Fifa também revelou que, em meados de junho, o secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, consultou o órgão sobre a proposta de distribuir dois relógios da marca Hublot para cada um dos 28 membros do Comitê Executivo. Os relógios, explicou Valcke, foram dados à Fifa como parte de um acordo comercial. No entanto, o Comitê de Ética não permitiu a distribuição, alegando que os presentes iriam violar o código de ética da entidade.
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