segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Médico sequestrado por criminosos não reconhece traficante ferido em fotos

O médico sequestrado por homens armados na UPA do Complexo da Maré, na madrugada do último domingo, prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso) na tarde desta segunda-feira. Na delegacia, o médico não conseguiu reconhecer, por fotografias, quem seria o homem ferido.

O caso ocorreu por volta de 1h deste domingo. Cerca de 50 criminosos invadiram a UPA da Maré e exigiram que os profissionais atendessem um bandido que tinha sido baleado em um dos braços. O tiro atingiu uma artéria e seu estado de saúde era extremamente grave. Como o ferido precisava de uma cirurgia, os médicos informaram que seria necessário transferi-lo para outra unidade de saúde. Os traficantes, no entanto, queriam levá-lo para outro local, possivelmente um hospital clandestino, utilizando a ambulância da UPA, o que não foi aceito pelos profissionais.

Em depoimento, ao delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP, o clínico geral, que atuava no plantão da UPA da Maré, conta que no primeiro atendimento ao criminoso constatou que ele estava com ferimentos no braço, cotovelo e antebraço esquerdos. Após o atendimento básico, o médico conta que avisou que o ferido deveria ser removido ou para o Hospital Souza Aguiar ou para o Hospital Getúlio Vargas, mas os traficantes que o acompanhavam não deixaram e o obrigaram a entrar na ambulância.

O médico contou também que, antes da saída da UPA para entrar na ambulância, apareceram dois homens que lhe fizeram perguntas sobre o quadro médico do paciente.

Após entrar na ambulância, o clínico contou ainda que o ferido entrou em choque por diversas vezes, por causa da grande quantidade de sangue perdida. Ele contou que foi necessário estabilizar minimamente o paciente e que havia uma mulher que o acompanhou no interior da ambulância.

Em seu relato, ele disse que a ambulância trafegou por bastante tempo e, após chegar em algum lugar, o qual não soube informar, a ambulância parou, e os criminosos o obrigaram a destravar a maca para retirar a vítima, sendo recebido por outros homens.

Em depoimento, ele contou que os criminosos o colocaram em um veículo preto e o deicaram na UPA da Maré

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