terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Pastor diz que matou pastora após discussão porque ela queria reatar relacionamento entre eles

Preso pela morte da pastora Ailsa Regina Gonzaga, de 40 anos, que ficou quase dois meses desaparecida, o também pastor Alexandre Souza e Silva, 47, afirmou nesta segunda-feira (2) que cometeu o crime após uma discussão porque a vítima queria reatar um relacionamento antigo entre eles. O homem afirmou que era “perseguido” e que reagiu porque a mulher tentou matá-lo antes. No entanto, a Polícia Civil não acredita na versão e sustenta que o crime foi premeditado.

"Ela ficava me perseguindo, também me denunciava para a polícia porque era foragido. No dia que a matei, ela entrou no assunto que tinha de viver com ela, falei que não gostava mais dela, e ela tentou me golpear", declarou o pastor durante sua apresentação à imprensa na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), alegando ainda que foi ferido por ela.

Alexandre afirmou que matou a pastora a facadas, mas devido ao estado em que o corpo foi encontrado, somente a perícia vai poder confirmar essa questão.

Segundo a polícia, Alexandre já era foragido da Justiça, desde 2002, por latrocínio - que é o roubo com resultado morte -, em Itumbiara, região sul de Goiás. Ele foi detido na última quinta-feira (28), em Águas Claras (DF). Em seguida, indicou para os agentes onde havia deixado o corpo, em um matagal na cidade de Aragoiânia, Região Metropolitana de Goiânia 
A corporação explicou que a identidade da vítima foi confirmada a partir da aliança e das sandálias da vítima, também encontradas na mesma cova rasa.

Ailsa havia desaparecido no último dia 8 de novembro após sair para alugar uma casa, em Goiânia. Na ocasião, ela deixou os dois filhos, de 15 e 11 anos, na residência e não voltou mais.

Crime em cachoeira
Alexandre conta que conheceu a vítima há cerca de dois anos e, neste período, se relacionaram por dois meses. O pastor alega que saiu do Distrito Federal para Goiás porque a pastora o convidou para pregar, pois ainda eram amigos. Ele revela que o crime foi cometido durante um passeio.

"Eu estava na casa dela e ela me chamou para ir à cachoeira onde estávamos para espairecer. Ela usava remédio controlado, bebeu, houve a discussão é na quando disse que ia embora, ela me esfaqueou, e me defendi. Dei só uma facada. Estou errado, admito, chateado por tudo", disse.

Premeditado
O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira, não acredita na versão. Ele afirma que Alexandre saiu da casa onde morava com a esposa decidido a matar Ailsa porque achava que ela poderia denunciá-lo à polícia por ele ser foragido.

"Ele disse para a atual mulher dele: ‘Vou lá me vingar, matar aquela pessoa [pastora]’. Quando voltou, ele disse: ‘Me vinguei’. Ele tinha ódio da pastora", explicou o delegado.

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