domingo, 31 de outubro de 2010

Brasileiro do PSV supera o vício de cocaína


Na última semana, um brasileiro quase desconhecido roubou a cena na goleada do PSV sobre o Feyenoord, por 10 a 0, pelo Campeonato Holandês. Jonathan Reis marcou três dos dez gols e teve os holofotes voltados para si. Com isso, o atacante de 21 anos teve seu passado revirado e relembrou o problema que quase encerrou sua carreira: as drogas.

Revelado pelo Atlético-MG, o menino de Nova Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, trocou o time alvinegro pelo PSV, da Holanda, em 2007, com apenas 18 anos. E parece que a mudança foi muito radical para Jonathan.

"Eu ficava muito sozinho. Acontecia alguma coisa que eu ficava meio nervoso, aí eu descontava tudo nas drogas. Usava cocaína, de vez enquando maconha. E isso já era desde o Brasil", revelou.

As drogas apareceram na vida do jogador dentro de casa mesmo e nas ruas da capital mineira. O próprio pai era usuário de crack:

"Meu pai era dependente do crack. Tentei ajudá-lo também, mas hoje ele fala que está bem, mas... O máximo que eu puder ajudar, vou ajudar, porque sei como é difícil. Já passei por isso e agora entendo o que ele passa".

No início de 2010, Jonathan se reapresentou ao PSV com cinco dias de atraso, e o clube acendeu o sinal vermelho, percebendo que algo estava errado. Submeteram o brasileiro a um exame antidoping que confirmou o uso de drogas. O PSV tentou ajudá-lo a se recuperar e sugeriu uma clínica de reabilitação na Escócia. Jonathan recusou a internação e foi demitido.

Voltou ao Brasil e um fato triste mudou o rumo da vida de Jonathan. Sentado em uma praça de Belo Horizonte, viu um colega que estava ao seu lado ser assassinado por dois homens com seis tiros. Era a gota d'água para ele:

"Depois daquilo falei "não quero isso para mim, não. Quero mudar de vida agora".

Pai de uma criança, Jonathan decidiu se internar em uma clínica de Pedro Leopoldo, cidade do interior de Minas Gerais. Decisão acertada que levou o PSV a recontratá-lo. Hoje, Jonathan é o camisa 30, que leva seu sobrenome escrito: Reis.

O clube que sempre se destacou pela atuação de vários brasileiros e os idolatra até hoje, como Romário, Ronaldo, Vampeta, Gomes e Diego Tardelli, retribuiu a gentileza ajudando a salvar a carreira de mais um jogador verde e amarelo.

Com o sonho de defender a Seleção Brasileira, Jonathan Reis sabe que teve sua segunda chance e precisa aproveitá-la:

"Não quero mais errar. Quero ser feliz, dar uma vida boa para o meu filho e para a minha família", finalizou.

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