sábado, 25 de junho de 2011

O sol pode amenizar o aquecimento global?


O medo do aquecimento global pode ser em vão. Pelo menos é o que dizem três estudos independentes que geraram polêmica nas últimas semanas. Cientistas anunciaram que o Sol passará por um novo período de baixa atividade. O último evento do tipo é conhecido como Mínimo de Maunder, ocorrido entre 1645 e 1715. O período coincide com as menores temperaturas registradas na Europa, época conhecida como Pequena Idade do Gelo, quando rios congelaram e vilarejos foram cobertos de neve. O frio inesperado compensaria os efeitos das mudanças climáticas, que podem aquecer o planeta em até 6 ºC até 2100, segundo as previsões mais pessimistas.

Os estudos analisam dados do interior, superfície e atmosfera superior do astro e concluem que o próximo ciclo solar – que define, entre outros, o calor que ele emite – vai acontecer com pelo menos dois anos de atraso, se é que vai acontecer. O sol está em constante atividade, com o material interno indo para o exterior a cada 11 anos. O próximo desses eventos, previsto para se iniciar em 2020, só começaria em 2022.

O fenômeno pode ser detectado pela observação das chamadas manchas solares. Trata-se do material que se resfria quando chega à superfície do Sol e se torna mais claro. Já no século 17, os astrônomos Galileu Galilei e Giovanni Cassini rastrearam as manchas com telescópios especiais e registraram a ausência de atividade durante o Mínimo de Maunder. Na mesma época, cientistas reconheceram que essa movimentação acontece em ciclos regulares. Estamos agora no ciclo 24, com um máximo de atividade solar previsto para 2013.

Apesar da aparente regularidade, os cientistas concordam que é imprudente cravar qualquer previsão quanto à atividade de um astro literalmente imprevisível. “Os estudos sobre o Sol são muito recentes e ainda precisamos presenciar mais eventos para testar novas teorias”, diz o astrônomo Victor D’Ávila, do Observatório Nacional. “Será um evento excitante”, disse à ISTOÉ Matt Penn, do National Solar Observatory, nos EUA, autor de um dos estudos. “Temos a chance de presenciar um comportamento nunca antes visto”, afirma.

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