segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Do axé pro futebol: produtora do Asa e de Claudia Leitte assume comercial do Bahia e da FBF


O primeiro contato foi tímido. Seis anos depois, a NER parece decidida a ser referência no mercado esportivo local no ciclo até a Copa 2014.

O contrato para gerir a área comercial do Bahia, fechado este mês, é o terceiro no mercado do futebol em 11 meses. Primeiro foi a FBF e, apoiados pela entidade, vieram nove dos dez clubes do interior que jogam o Baiano: o Flu de Feira recusou a proposta. Das principais marcas, só o Vitória não está sob influência direta.

A NER - sigla dos sócios Nei Ávila, Eduardo Ramos e Ricardo Lélys - foi fundada em 1998 já como produtora do Asa de Águia. E, recentemente, fechou como produtora da carreira de Claudia Leitte.

“Há semelhança nos negócios. O mundo do futebol é um grande espetáculo. Mudam os artistas: de palcos e shows para os campos. Mas bilheteria, entrega e serviço são parecidos”, diz o empresário Nei Ávila. Outro sócio, Ramos é conselheiro do Bahia e deu consultas ao clube em 2005, na gestão Petrônio Barradas.

O departamento tinha Paulo Carvalho como gerente e ainda Marco Costa, que viria a ser diretor. “Eram muitas sondagens e pedidos de ajuda, e não propostas de verdade. Agora entramos como empresa mesmo”, diferencia Ávila.

Grana
As condições do acerto com o Bahia são mantidas em sigilo. Estima-se que a NER ficará com 20% do valor dos novos contratos, percentual igual ao das agências de publicidade. “A prioridade do Bahia é o futebol. Os esforços são para o time não cair. Mas a gente precisa ter um corpo comercial agressivo, que tenha gente trabalhando e traga soluções, que dê fôlego”, analisa Sacha Mamede, diretor de marketing do clube, que agora se volta para o institucional.

A comissão de 20% seria mantida com a FBF. No interior, cujo vínculo irá até 2015, outra estratégia: cada clube recebe R$ 80 mil/ano e cede os direitos sobre as placas de publicidade no estadual, camisa (centro e peito) e calções.

No fim das contas, a NER vende quase 90% da publicidade direta do estadual. As mídias de FBF e interior, inclusive, integram o mesmo pacote. Em 2011, o valor de tabela das cotas variou de R$ 400 mil a R$ 2 milhões. Os uniformes dos árbitros, propriedade da FBF, eram comercializados por R$ 200 mil.

Chances
Os três maiores contratos comerciais dos clubes de futebol costumam ser televisão, patrocínio master e material esportivo. A NER chega em fase propícia, pois os dois últimos contratos do Bahia expiram no final do ano.

É iminente a renovação com a OAS, interessada no terreno do Fazendão e parceira da Odebrecht na reforma da Fonte Nova. A Lotto, porém, deve perder espaço: por contrato, tem preferência só até dia 30.

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