Um
vídeo
de um comandante rebelde sírio arrancando e mordendo o coração de um
soldado é emblemático de uma guerra civil que se transformou rapidamente
numa batalha de ódio sectário e assassinatos por vingança, disse a
organização humanitária Human Rights Watch nesta segunda-feira.
O grupo com sede em Nova York disse que um vídeo amador
postado na internet no domingo mostra Abu Sakkar, um dos fundadores da
Brigada Farouq conhecido por jornalistas como um rebelde da cidade de
Homs, cortando o peito de um soldado morto.
O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio, Bashar al-Assad, como entre figuras da oposição.
"Juro por Deus, vamos comer seus corações e seus
fígados, seus soldados de Bashar, o cão", diz o homem para companheiros
fora de quadro no vídeo que aplaudem e gritam "Allahu akbar (Deus é
grande)".
O conflito sírio começou com protestos pacíficos em
março de 2011, mas estes foram suprimidos gradualmente por uma guerra
civil cada vez mais sectária que, de acordo com um grupo de oposição, já
custou mais de 80 mil vidas.
Peter Bouckaert, da Human Rights Watch, disse que tinha
visto uma cópia do vídeo original não editado e que a identidade de Abu
Sakkar foi confirmada por fontes rebeldes em Homs e por imagens dele em
outros vídeos usando o mesmo casaco preto, assim como no mais recente
vídeo, e com os mesmos anéis em seus dedos.
"A mutilação dos corpos dos inimigos é um crime de
guerra. Mas a questão ainda mais grave é a descida muito rápida a uma
retórica sectária e à violência", disse Bouckaert.
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