O paranaense de 30 anos, que antes de entrar no programa tinha um salário mensal de 740 reais, conquistou 65% dos votos e levou o prêmio de 1,5 milhão de reais. Ele se tornou o décimo homem a vencer o reality show mais amado e odiado da TV brasileira.
Sem preocupação em disfarçar o favoritismo irreversível de Cézar, a Globo escalou três ídolos sertanejos — Daniel, Michel Teló e Paula Fernandes — para animar a festa que coroou o carismático cowboy.
A comerciante paulistana Amanda Djehdian, que estava ciente da impossibilidade de superar a força popular do concorrente, obteve 35%. Ela deixa o programa com 190 mil reais — 150 mil pelo segundo lugar na colocação final e 40 mil por ter sido líder quatro vezes.
Imerso em seus discursos quase incompreensíveis, Cézar foi um jogador solitário. Não fez parte de grupos nem costurou alianças. Pacífico, evitou brigas e preferiu não surfar nas ondas de fofocas.
Na opinião de muitos telespectadores (e da maioria de seus rivais na competição), ele interpretou um personagem caricato: o rapaz exageradamente simplório e humilde, que já sofreu muito na vida, superou duros obstáculos e, com todo esse apelo emocional, grande merecedor da vitória.
Os numerosos torcedores do brother o interpretaram de outra maneira: um homem autêntico, despretensioso, fiel às suas convicções morais, confiável e, por isso, digno de ser o campeão.
Assumidamente ‘caipirão’ e sem traquejo social (confessou que nem sabia usar garfo e faca antes de entrar no reality), Cézar atraiu muitos fãs justamente por ser ‘um estranho no ninho’.
Ao invés de conversar (e conspirar) com os colegas de confinamento, preferia falar sozinho, com Deus e com a estátua do jardim.
Suas brincadeiras eram sempre infantis. Jurando estar há 3 anos sem beijar na boca, ele flertou com Tamires, mas não foi correspondido. Saiu da casa tão ‘invicto’ quanto entrou. Aqui fora há uma fila de pretendentes que ele nem conhece.
Apesar do tipo rústico, o brother não tem nada de bobo: é formado em Economia e estuda Direito. Tem intenção de seguir carreira política.
Em 2012 tentou, sem sucesso, se eleger vereador na cidade onde mora, Guarapuava, na região central do Paraná. Já tem partido querendo lançá-lo a candidato a prefeito nas eleições de 2016.
Com o estilo sertanejo em alta no país, o vencedor do BBB15 deverá faturar com cachês para fazer presença VIP em casas de shows do gênero e até como garoto propaganda de produtos para esse público. Cézar Lima agora é “chique no úrtimo”, como falam e cantam alguns ídolos sertanejos.O perfil ‘amigão’ de Cézar costuma seduzir a maior parte dos bbbmaníacos. O novo milionário lembra outros campeões sem perfil de jogador voraz, como os também cowboys Rodrigo Leonel (BBB2) e Fael Cordeiro (BBB12).
A (des)amada Amanda
Segunda colocada na edição ‘retrô’ do Big Brother Brasil, Amanda será lembrada pelo amor obsessivo e submisso a Fernando.
Ela se apaixonou à primeira vista, foi inicialmente correspondida, acabou preterida com a chegada de Aline, experimentou a dor da rejeição e o desprezo impiedoso, depois virou o jogo e, com infinita insistência, conseguiu reconquistar o brother.
A trama amorosa vivida por Amanda é bem mais interessante do que os enredos românticos vistos na novela Babilônia, por exemplo.
Porém seu desempenho como heroína sofredora não foi capaz de superar o carisma de Cézar. Ela deixa o reality show obstinada a vencer outro desafio da vida real: manter o instável romance com o imprevisível Fernando.
Caso consiga ouvir dele o sonhado “eu te amo”, certamente valerá mais do que 1,5 milhão de reais. Afinal, como avisa um provérbio da Armênia, país de onde descende a família paterna de Amanda, “o coração do homem e o fundo do mar são insondáveis”.
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