A diarista Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, afirmou que os policiais mataram o filho Eduardo de Jesus Ferreira, na tarde de quinta-feira, no Complexo do Alemão. De acordo com ela, o menino estava jogando no celular, mas o aparelho teria sido confundido com uma pistola pelos policiais. Indignada com os boatos de que o filho estivesse envolvido com tráfico, Terezinha negou que Eduardo seja o menor de idade que aparece segurando uma pistola e um fuzil em fotos viralizadas na internet:
— Meu filho passava o dia inteiro no colégio. Claro que não é ele nessas imagens. Eu estava vendo novela com o meu filho. Na hora do intervalo, ele foi para varanda e ficou sentado na escada. Logo depois, ouvi o barulho de tiros. Os policiais mataram meu filho — explicou a doméstica.
No Facebook, as imagens em que um menor de idade aparecem com armas, na verdade, pertenciam a um perfil, que já foi desativado, de um adolescente que seria morador da comunidade de Antares, na Zona Oeste do Rio. Desde a quinta-feira, as fotos circulam pela internet sendo associadas a Eduardo.
Terezinha reforça que o menino era um bom aluno e ia começar um curso de informática e de inglês. De acordo com a mãe, o sonho da criança era ser bombeiro ou motorista de ônibus de excursão, já que anualmente ele viajava com Terezinha para Aparecida do Norte, em São Paulo, e também queria dirigir o veículo.
A família mora no Complexo do Alemão há 15 anos, e agora só pensa em deixar o Rio de Janeiro. Os pais de Eduardo, que têm outros quatro filhos, pediram ajuda da Prefeitura do Rio e do governo estadual para o transporte do corpo do menino, que deve ser enterrado em Corrente, no Piauí.
O pai de Eduardo, o ajudante de pedreiro José Maria Ferreira de Souza, de 43 anos, também mostrou a indignação com a tragédia:
— Antes a tinha medo de bandido. Agora, nós temos medo da polícia. Eu vim para o Rio de Janeiro com o sonho de construir uma vida melhor. Agora, meu sonho é sair da cidade — explicou o cearense.
Na quinta-feira, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora disse que policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHoque) que patrulhavam o Alemão foram recebidos a tiros por criminosos no Areal. No confronto, o menor teria sido atingido. Terezinha, entretanto, nega que houvesse um tiroteio na hora em que o filho foi morto.
A Divisão de Homicídios (DH/Capital) foi acionada e um inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado. As armas dos policiais serão apreendidas pela Polícia Civil.
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/mae-de-menino-de-10-anos-morto-no-alemao-nega-que-vitima-apareca-em-fotos-com-armas-estudava-dia-inteiro-15776769.html#ixzz3WJ5kKAPL
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