
Os dois são homens-chave na sucessão estadual. Militam em lados opostos na política brasileira e, volta e meia, usam o que têm de melhor, a oratória carregada de combatividade, para defender suas posições. Mas, na edição especial pelo aniversário de três anos do programa Fala Bahia, assinaram um cessar- fogo e aceitaram debater, lado a lado, as principais questões ligadas à disputa estadual.
Aparentemente, tudo ficaria na troca de ideias, quando ambos resolveram mostrar que são mestres também em outra arte: o exercício da ironia. No começo do Fala Bahia de ontem, os elogios mútuos dominaram as falas iniciais dos deputados federais ACM Neto (DEM), candidato à reeleição, e Walter Pinheiro (PT), que tenta uma vaga ao Senado.
Sorridentes, nem pareciamos mesmos que, no fim de maio, trocaram farpas no plenário da Câmara. Porém, quando as perguntas começaram a girar em torno dos prognósticos de cada um para as eleições estaduais, o sarcasmo contido dominou o estúdio comandado pelo apresentador do programa, o jornalista Emmerson José.
“A partir do final deste mês, o governo não vai poder gastar com propaganda e nem usar a máquina pública. Nossa confiança é no debate direto”, disse ACM Neto.
“Está um pouquinho difícil para eles. Sabemos que não existe eleição fácil, mas depois do Dois de Julho, teremos oportunidade de mostrar tudo que foi feito”, rebateu Pinheiro.
O embate continuou quando o assunto foi a violência. “Até as 18h, o som que ouvimos é de fogos de artifício. Depois, é tiroteio, bala”, criticou o democrata. “
Se a violência na Bahia está nesse nível de agora, é por que os governos anteriores deixaram o terreno fértil”, retrucou o petista. Ao final do debate, ficou a certeza de que há possibilidade de diálogo sem disparos, mas com muita, muita ironia.
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