sexta-feira, 11 de março de 2011

Número de ocorrências durante o Carnaval cresce mesmo com maior policiamento


Roubos, agressões e violência na folia baiana já são quase tão tradicionais quanto o trio elétrico e a Axé Music. Este ano, apesar de a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ter mobilizado um efetivo de 19.380 policiais militares–500 a mais que o ano passado– a medida não resultou em melhoria nas estatísticas de violência.

Em coletiva no dia 28/2, o secretário Maurício Teles Barbosa afirmou que tinha como meta “diminuir em pelo menos 5% os índices em relação ao ano passado”. Mas, contrariando a intenção do titular, houve 1.226 ocorrências contra 1.193 no ano passado. No caso das lesões corporais, o número teve um acréscimo de 22%, com 222 ocorrências contra 182 do ano passado. Os roubos aumentaram 8%. Apesar disso, não foram registrados homicídios nos circuitos da folia.

Mais atendimentos que ocorrências

Como não foram feitas ocorrências policiais em todos os casos de agressões, os números de atendidos pelos módulos da Secretaria Municipal de Saúde são maiores que os contabilizados como lesões corporais pelo Estado: foram feitos 1.305 atendimentos e 123 cirurgias e estabilizações em vítimas de agressão na face contra as 222 ocorrências registradas na polícia.

Racismo e homofobia

Não faltaram casos de homofobia e violência contra a mulher nesse Carnaval. Daniel Andrade Sales, 39, foi jogado por ladrões para fora de um coletivo em movimento após os criminosos desconfiarem que ele fosse homossexual.

O Observatório da Discriminação Racial, da Violência Contra a Mulher e LGBT, da Secretaria Municipal de Reparação, registrou 254 de casos nos cinco primeiros dias de folia, sendo 149 de racismo, 63 agressões a mulheres e 42 contra grupos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros.

Roubo e agressão

Engrossando a lista das ocorrências que cresceram em relação ao ano passado, os publicitários Rodrigo Bastos, Paula Bastos e Marianna Saldanha foram vítimas de agressão e roubo em um ônibus na madrugada do dia 6/3. “Na Garibaldi, quando a gente decidiu descer do ônibus, um homem meteu a mão na calça de Marianna e tirou o celular”, conta Bastos. Além do aparelho, eles roubaram os documentos e dinheiro, e agrediram Rodrigo. A polícia conseguiu recuperar os documentos e prender os agressores.

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