Dois projetos essenciais para ampliar a transparência dos gastos e da gestão pública adormecem em gavetas da Casa Civil da Presidência da República e do Congresso, sem que haja qualquer aceno político de que serão debatidos no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff. No governo, a regulamentação do lobby está longe de um consenso e não figura em nenhuma lista de prioridades entre os temas que devem ser levados ao Congresso. O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, disse que existem outros assusntos com prioridade. "Para uma votação como essa tenho que parar tudo e não posso parar tudo para discutir isso", justificou.
No Senado, os parlamentares foram tão cuidadosos, que a Lei de Acesso à Informação terá que passar, separadamente, por três comissões, antes de chegar ao plenário da Casa. A lei para regulamentar o lobby como atividade profissional ganhou corpo em 2009, depois que a Controladoria Geral da União (CGU) elaborou anteprojeto sobre o tema. O texto, cujo conteúdo ainda não foi referendado pelo Planalto, prevê cadastramento de lobistas pela própria CGU. Já os profissionais que atuarem no Congresso deverão ser credenciados pelas direções de Câmara e Senado.
O controlador-geral da União, Jorge Hage, afirma que a regulamentação do lobby é a única forma de permitir que a sociedqade conheça as foças que atuam sobre as autoridades públicas. "O lobby existe e ninguém tem dúvida disso. A diferença é que regulamentado, o lobbista terá que andar de crachá e todos saberão qual interesse ele representa".
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