Uelliton na entrevista parece com o Uelliton no campo. Primeiro brinca, fica na defensiva, mas depois joga sério. E, na hora da vera, o volante, titular desde 2009, admitiu a vontade de ir embora.
“Acho que, desde o ano passado, era para eu ter saído. Infelizmente, acabei não saindo. Tinha uma proposta boa para sair e acabei renovando com o Vitória”, conta o camisa 5. “Meu momento já aconteceu e tá acontecendo novamente. Eu acho que tenho que sair. É muito bom para minha carreira e eu tenho que seguir outros ares, como o Vitória também”.
No Super Desafio de Natal, jogo amistoso quinta-feira, em Pituaçu, o volante já tinha dado a dica. Na apresentação do elenco, foi além e abriu o leque. “Existem especulações do Atlético-MG, do Internacional e uma de fora, mas é esperar. Acabei de me reapresentar ao Vitória e agora é ver em 2012. Por enquanto, eu sei de treinamento e concentração”.
Na programação, treinos em dois períodos até sexta e, no sábado, apenas pela manhã, quando o elenco será liberado da Toca do Leão. Uelliton, com a personalidade de sempre, comentou que vai pedir para cancelarem a atividade de sábado, dia 31.
Justificativa
Deixar o Barradão é fechar um ciclo que completará nove anos em 2012. “Às vezes, enche muito a cabeça, enche muito o saco muito tempo no clube e a torcida acabou pegando no meu pé este ano”, opina Uelliton. “Acho que tenho que sair para esquecer um pouco esse ambiente aqui do Vitória”.
Como rubro-negro, a trajetória foi complicada. Desde as dificuldades na base até o período de empréstimo ao Gama-DF, em 2008, quando integrou a lista de dispensas, mas foi resgatado por Ricardo Silva, ex-técnico e atual auxiliar.
“Na divisão de base, teve vez até de passar fome. Depois tive que sair pro Gama e, em 2009, acabei pegando minha vaga de titular. Agradeço a Deus, aos amigos, principalmente o Coruja, que sempre me deu apoio, e acho que o momento certo para sair é agora”, reforça, convicto.
Sobre as virtudes para ser valorizado no mercado, nada de rodeios. “Sou um cara gente boa, legal. No campo, eu visto a camisa com muito orgulho, com amor. Dou meu máximo. Posso errar em campo, mas corro atrás para ajudar meus companheiros”.
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