"Deixei para que ele decida com a família e as pessoas em quem ele confia. Se a resposta for negativa, gostaria que ele viesse a público comigo falar. Se ele falar sim, vocês vão ver ele treinando normalmente amanhã", disse o diretor de futebol Zinho. "Pedi para no máximo à noite ele me ligar. Somos vizinhos, moramos no mesmo condomínio e em cinco minutos à pé estou na casa dele. Quero olho no olho. Gosto de olhar para a pessoa."
Adriano chegou antes do horário do treino da tarde desta segunda-feira no centro de treinamento do Ninho do Urubu. No entanto, o que Zinho viu foi uma pessoa confusa. "Ele está muito perturbado, muito confuso. Percebi nos olhos dele que ele não tinha uma resposta. Vamos tentar com essas regras. Não posso fazer mais nada."
Zinho explicou que a situação de Adriano já desgastou a imagem do próprio dirigente dentro do Flamengo. "O Adriano aqui dentro é uma aposta minha e foi um baque para mim quando ele não apareceu para treinar no sábado. Como profissional agora ele tem que seguir essas regras porque o Zinho diretor de futebol já está desgastado", explicou o dirigente.
"Eu não quero desistir do cara. Mas a situação chegou no limite. De coração, espero que ele abrace as condições que estamos impondo (corte do salário do mês de setembro e acompanhamento emocional) e venha. É um cara jovem ainda. Não quero que ele acabe pro futebol. Tenho até medo do que pode acontecer com ele se parar de jogar", afirmou Zinho. "Ele está com problemas particulares que afetam a mente dele. É um acúmulo. Ele emocionalmente já é abalado, culminou nisso daí."
Entretanto, existe a possibilidade que Adriano resolva esta noite parar de jogar futebol. Se isso se concretizar, Zinho prometeu permanecer dando ajuda ao jogador. "Em relação ao ser humano, não estou arrependido. Vou lutar pela pessoa sempre. O atleta vai ter que me provar. Se ele decidir que não quer jogar, eu vou continuar em cima dele por amizade."
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