A montadora japonesa Honda começou a produzir seu pequeno jato executivo
 nos Estados Unidos, com o objetivo de criar um "Civic dos céus" que 
poderia tornar a empresa uma importante competidora entre os maiores 
fabricantes de aviões do mundo. A Honda anunciou nesta quarta-feira que 
sua unidade de aviões baseada nos EUA está fabricando um pequeno jato 
para cinco passageiros, que se destaca por ter dois motores montados 
sobre as asas.
A produção está sendo feita em Greensboro, no Estado americano da 
Carolina do Norte. "A certificação federal dos EUA para o motor do jato 
deve vir antes do fim deste ano e para a aeronave no próximo ano", disse
 a porta-voz da Honda Fumika Ishioka, em Tóquio. Entre os aviões 
similares ao HondaJet estão o Phenom 100, da fabricante brasileira 
Embraer, e o Citation CJ1+, da americana Cessna.
Alguns executivos estão apostando que o projeto da Honda, que analistas 
afirmam ter atrasado, poderá renovar o espírito de inovação que muitos 
dentro e fora da Honda acreditam que foi perdido pela companhia. Segundo
 a porta-voz da empresa, bem mais de 100 clientes fizeram encomendas 
pelo HondaJet.
A companhia está planejando aumentar a capacidade de 
produção da unidade norte-americana, Honda Aircraft, para que seja capaz
 de montar 100 jatos por ano dentro de dois a três anos, disse ela.
Mas a Honda enfrenta grandes obstáculos para entrar no mercado, 
especialmente diante do design incomum do avião e da falta de histórico 
da empresa em serviços e manutenção de aeronaves. "Toda essa novidade 
assusta muitas pessoas", disse o analista Jeffrey Lowe, da consultoria 
Asian Sky Group. "Algumas pessoas podem assumir uma atitude de esperar 
para ver."
Lowe disse que o programa da Honda está com atraso de cerca de dois 
anos, já que a certificação do jato executivo era esperada para agosto 
do ano passado. Mas ele duvida que isso possa representar uma 
desvantagem, uma vez que o mercado de aviação executiva global tem 
desacelerado. O projeto da Honda começou no fim da década dos anos 1980 e
 naquela época parecia pouco realista: transformar a Honda de uma entre 
várias montadoras de veículos japonesas na primeira fabricante de aviões
 bem-sucedida do Japão desde a Segunda Guerra Mundial.

 
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