Jesus Arturo Rodríguez Bastidas, de 25 anos, e Angelica Ortiz Sena, 24 anos, tinham ficado noivos havia seis meses. Moravam juntos. Pareciam um casal feliz — pelo menos era a impressão que os parentes tinham dos dois, e o que mostravam fotos que eles postavam nas redes sociais, de viagens, festas e reuniões com amigos.
Angelica, uma assistente social, foi encontrada morta, deitada na cama, com um saco plástico cobrindo sua cabeça e um lençol cobrindo o corpo. Bastidas também estava sem vida, ao lado dela, com um plástico sobre o rosto, e duas cartas na mão.
Uma tia da noiva foi quem achou os corpos, na última segunda-feira (13), que moravam em Monterrey, nordeste do México. Bastidas confessou em cartas que tinha matado Angélica. No dia do crime, sexta-feira (10), ele primeiro espancou a mulher, dando socos no rosto dela. Depois, enquanto ela agonizava de tanto apanhar, o homem a sufocou cobrindo o rosto com o saco plástico.
Médicos legistas disseram que Angélica tinha lesões e ferimentos na cabeça, e morreu sufocada. Na mesma manhã em que cometeu o crime, naquela sexta, Bastidas, que era gerente de um banco, saiu para trabalhar, como se nada tivesse acontecido.
Ele agiu normalmente, respondeu e-mails, leu relatórios, participou de reuniões e chegou a falar em uma viagem que faria com a mulher. Bastidas fez mais: voltou do trabalho na sexta e, sem telefonar para ninguém, se trancou em casa. Passou dois dias ali com o corpo da mulher colocado sobre a cama.
De acordo com os policiais, ele dormiu esse final de semana ao lado da mulher morta. Na segunda pela manhã, Bastidas deitou-se na cama e cometeu suicídio: ele amarrou um plástico em volta da cabeça, e essa peça estava ligada a um pequeno tanque de gás hélio, colocado ao lado da cama. Ele morreu sufocado e intoxicado.
Horas depois, a tia de Angélica, que, assim como outros parentes, tinha passado o final de semana ligando para o casal, sem conseguir falar com eles, chamou a polícia para ver o que estava ocorrendo.
Ela tinha tocado a campainha e ninguém atendeu. Mas viu os carros dos dois na garagem. Foi então que a tia entrou e achou os corpos no quarto, enquanto dois policiais checavam outros cômodos da residência.
Foram encontrados, ao lado do corpo dele, uma garrafa de bebida destilada vazia e uma caixa de comprimidos para dormir. Policiais leram as cartas deixadas pelo noivo. Uma delas relatava o que acontecera, sem explicar os motivos do crime, pedindo desculpas aos familiares pelo ocorrido.
Na outra, Bastidas pedia a um amigo que cuidasse de seus cães. O noivo teria, na verdade, descoberto, dias antes do crime, que Angélica tinha um caso extra-conjugal. A suposta infidelidade teria deixado Bastidas "fora de si", como disse o tal amigo.
Vizinhos ouvidos pela polícia disseram que, na noite de quinta-feira (10), ouviram gritos da casa dos noivos. Descobriu-se, nas primeiras investigações, que o noivo era viciado em comprimidos e anfetaminas. Angelica foi cremada na terça-feira (14). O noivo foi enterrado na quarta-feira (15).
A investigação sobre o crime continua. A polícia quer saber se Bastidas teve ajuda de uma terceira pessoa para matar a mulher e onde conseguiu o tanque de gás hélio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário