quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MP pede suspensão de Marco Polo Del Nero


O Ministério Público pediu na quarta-feira o afastamento por dois anos de Marco Polo Del Nero da presidência da FPF. Na ação civil remetida ao Tribunal de Justiça (TJ), o promotor público Roberto Senise acusa o dirigente de negligência quanto à segurança dos torcedores nos estádios de São Paulo.

No início do ano, designado pelo TJ de São Paulo a identificar infrações ao Estatuto do Torcedor, o promotor pediu à FPF a interdição de nove estádios do Paulistão Série A. Todos apresentavam falhas, conforme laudos de bombeiros, polícia militar ou vigilância sanitária.

Dias depois, a FPF alegou o recebimento de novos laudos, com pareceres favoráveis aos estádios em xeque. Para Senise, os documentos foram maqueados, só para atender às necessidades da entidade.

Ao longo de sete meses, Senise cobrou adequações dos clubes. Uma parte deles cumpriu com os prazos, uma outra parte não. Para piorar, Marco Polo se recusou a assinar um termo de ajustamente de conduta do MP, sob alegação de que estádio é problema do município ou dos clubes.

Ciente da possível punição, Marco Polo tomou medidas preventivas. Bancou a reforma do vestiário do Canindé, apontado como em estado crítico pelo promotor.

Del Nero também tirou da linha de frente o diretor de segurança dos estádios da FPF, Marcos Marinho. Embora Marinho ainda dê pareceres sobre os laudos, é o diretor de competições, Isidro Suita, quem define pelas interdições ou não.

A ação pública tramita na 17ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, e pode representar o segundo afastamento de Marco Polo do cargo em menos de dois anos. Em 2009, o cartola foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo imbróglio do envio de ingressos de um show da Madonna, por parte do São Paulo, para o árbitro Wagner Tardelli.

A FPF procurou no fim do Brasileirão o MP para denunciar o São Paulo, candidato ao título, por tentativa de corromper o árbitro. Como nada foi provado, o STJD puniu o dirigente.

O LANCE! procurou a assessoria de imprensa da FPF, que até o momento não deu retorno.

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