Cerca de 200 ciclistas se reuniram na noite desta sexta-feira, na avenida Paulista, em São Paulo, para uma bicicletada cujo tema é o fim da impunidade nos crimes de trânsito, especialmente entre aqueles em que os ciclistas acabam como vítimas. O ato lembrou a morte do ciclista de Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, que foi atingido na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense, pelo filho de Eike Batista, Thor Batista.
Na noite de 17 de março, Wanderson morreu ao ser atropelado pela Mercedes SLR McLaren guiada pelo filho do presidente do grupo EBX com a ex-modelo Luma de Oliveira. O ciclista teria sido atingido quando tentava atravessar a via.
O resultado da perícia no carro vai apontar se Thor estava no limite de velocidade da rodovia, que é de 110 km/h, como afirmou em depoimento. O laudo no corpo da vítima apontou concentração de 15,5 dg/l de álcool no sangue de Wanderson.
Com o tema do personagem dos quadrinhos da Marvel, a organização chamou os participantes a vestirem suas fantasias para pedalar e informou que a fantasia mais criativa receberia 51 pontos na Carteira Nacional de Habilitação, em alusão aos 51 pontos que Thor possui em seu registro.
Paula Leite, 27 anos, fez na noite desta sexta-feira o seu primeiro passeio de bicicleta em grupo. Ela, que mora no centro de São Paulo, afirma utilizar a bicicleta diariamente como meio de transporte, muitas vezes em companhia de seu cão, Freud. "Não julgo o Thor pelo que aconteceu, já que o ciclista acidentado estava em uma estrada, e pelo que foi noticiado, tinha bebido bastante. Mas é preciso discutir a presença da bicicleta no trânsito, já que ela é um meio de transporte", afirma.
Cartazes com as frases "sua pressa não vale uma vida" e "somos todos Wanderson" foram espalhados em várias bicicletas. Aline Cavalcante, 27 anos, que ajudou na organização do ato, afirma que é preciso discutir na sociedade o espaço para a bicicleta. "É preciso compartilhar espaço com os carros de uma maneira civilizada", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário