Pelo menos dois assaltos por semana. Esse era o saldo da quadrilha que assaltou nesta segunda (26) a garagem da empresa Barramar, em Pirajá, segundo o delegado Marcos César, da DRFR. “Eles arrumavam as armas, arregimentavam uma média de 10 a 12 pessoas por ação e articulavam os esquemas contando com carros roubados”, contou o delegado César.
O bando pensava cada detalhe das ações e costumava fazer levantamento dos locais, planejando as rotas de fuga e procurando entender a atuação da policia nos locais. Esse levantamento, no caso da ação de ontem, facilitou a espreita da equipe da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos.
Há três meses investigando a atuação do bando, a polícia suspeita que é de autoria da mesma quadrilha assaltos a agências bancárias (como a do Banco do Brasil do Centro Administrativo, no dia 27 de fevereiro, e do Bradesco da Calçada, em novembro do ano passado) e lojas. Não descarta atuação no interior do estado, investigando a possibilidade de estarem envolvidos em um assalto praticado a agências bancárias no interior.
Nesta segunda (26), com os bandidos, foram apreendidos dois revólveres e três pistolas – duas de calibre ponto 40 e uma de calibre 380 –, além de 13 celulares e quatro radiocomunicadores. Não se sabe, ainda, quem liderou a ação, já que o ‘cabeça’ da quadrilha, Deivide Vicente da Silva, o “Barandão”, 33, está preso desde 7 de março (veja acima). Os presos devem responder por porte ilegal de armas, formação de quadrilha e roubo.
Investigação
Leonardo da Silva Lima, preso na operação no Engenho Velho da Federação, é ex-cobrador da Barramar e tinha sido demitido há dois meses da empresa.
Ele dirigia o veículo. Segundo a polícia, ele também participou do assalto à empresa Praia Grande e tem passagem na polícia por receptação de veículos roubados. Ele nega as acusações.
“É a primeira vez que participo de um assalto. Só fiquei responsável agora por receber o dinheiro e colocar na casa”, diz Leonardo.
No Pero Vaz, a polícia prendeu, em casa, Elisson Santos Santana, 21. Ele trabalhava como vistoriador da Barramar há quase um ano, verificando a chegada dos veículos no portão e, segundo a polícia, foi quem avisou os horários de entrada e saída do dinheiro e o caminho de acesso ao cofre.
“Mosquito sabia que eu trabalhava na Barramar e perguntou se eu queria fazer parte de um esquema. Aceitei e passei todas as informações para ele”, confessou Elisson, referindo-se a um dos bandidos mortos. O delegado investiga se Mosquito liderou a ação. De acordo com a polícia, os bandidos levaram cerca de R$ 70 mil da empresa.
Invasão
O grupo, segundo o titular da DRFR, era formado por 10 homens e quatro usavam a farda da Barramar para entrar na empresa.
“Os quatro vigilantes que estavam no plantão não estranharam a presença deles por causa das fardas”, conta o gerente administrativo da empresa, Adriano Andrade. “Quando passaram do portão e subiram a escada já foram apontando a arma e renderam os vigilantes. Os bandidos ficaram espalhados pelos setores que estavam funcionando, como manutenção, limpeza e a lanchonete, e mandaram todo mundo deitar no chão dizendo que iam matar e explodir tudo”, relata.
Mas invadir a sala do cofre era mais difícil. Segundo o gerente, a porta é de aço e tem proteção antiarrombamento. A quadrilha conseguiu entrar porque Elisson informou quem era o funcionário responsável por buscar os malotes de dinheiro para colocar nos ônibus.
“Dois bandidos colocaram armas na cabeça desse funcionário e mandaram ele dar um jeito de abrir a porta. Estávamos contando o dinheiro quando ele pediu para pegar os malotes. Estranhamos o horário, mas ele insistiu e abrimos a porta. Foi então que três homens armados entraram xingando muito e nos ameaçando”, revela uma funcionária.
O incidente mudará a rotina da empresa. “Temos 1.200 funcionários e nunca podíamos imaginar uma coisa dessas. Vamos ter que reforçar a segurança e rever nossos métodos de contratação”, analisa o gerente. Informações do Correio da Bahia.
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