quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Empresa aérea é investigada por pousos por falta de combustível


A companhia aérea low cost Ryanair é líder do mercado na Espanha com mais de 30 milhões de passageiros ao ano, mas vem sendo protagonista nos últimos meses pela falta de segurança. O Ministério de Fomento abriu uma investigação depois de três pousos de emergência da empresa por falta de combustível no aeroporto de Valência.

Investiga-se se outras quatro aterrizagens deste tipo podem ter acontecido, além de mais de 1 mil incidências somente este ano. "A maior economia que se pode fazer num voo é com o combustível e algumas companhias têm uma política de uso do mínimo estipulado pelas normas europeias", explica Iván Gutiérrez Santos, diretor geral técnico do Colégio Oficial de Pilotos da Aviação Comercial na Espanha (Copac).

Se declarada culpada, a Ryanair não perderia a licença para voar na Espanha, mas poderia sim ser levada a questionamentos em Bruxelas, onde se determina as normas de aviação para toda a Europa. Agora, as denúncias estão sob segredo de Justiça, mas a ministra Ana Pastor já começou a endurecer as normas de segurança de voo e fiscalizações para evitar, segundo ela, situações de perigo iminente. "A ministra tinha que mostrar que tem o controle da segurança aérea espanhola, mas se a Ryanair fosse realmente um problema, não poderia voar no continente, como faz", opina Carmen Abril Barrie, professora da Universidade Complutense de Madri.

Para a Copac, as medidas chegam depois de muitos pedidos. "Faz tempo que reclamamos supervisões mais efetivas e sanções para quem coloque os passageiros em risco. Precisávamos destas medidas não só pelo que aconteceu agora, mas para garantir que a segurança seja o principal objetivo também em outras companhias", afirma Gutiérrez Santos.



Michael O'Leary, presidente da Ryanair, defende-se dizendo que cumpre todas as normas, mas como afirma o diretor da Copac, isto pode não ser suficiente. "As regras estabelecem requisitos mínimos, como no caso da carga de combustível, sobre os quais que deve aplicar uma margem em função de problemas que possam ocorrer. Mas, pelo visto, a política de uso de combustível da irlandesa deve ser revisada."

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