segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ex-diretores culpam time medíocre e falta de pulso por crise palmeirense

Em um espaço de dez anos, o torcedor palmeirense volta a viver o pesadelo mais temido para um grande clube brasileiro: a proximidade do rebaixamento. No ano de 2002, o destino foi a Série B. Agora, somente uma recuperação inesperada salvará o time da queda. Na visão de dois nomes que passaram pela alta cúpula alviverde, o calvário vivido pela equipe é visto como consequência do atual trabalho da diretoria, presidida por Arnaldo Tirone e com participação influente do vice Roberto Frizzo.


"Gostaria de saber o que acontece com o Palmeiras. Houve um pouco de falta de pulso dos dirigentes atuais. Na hora em que deveriam tomar as medidas certas, não tomaram, e chegamos a esta conclusão", afirmou ao Terra Salvador Hugo Palaia, presidente interino do clube de Palestra Itália no ano de 2010, após licença médica de Luiz Gonzaga Belluzzo, e membro da diretoria desde a década de 70.

Derrotado pelo Náutico no último domingo por 1 a 0, o Palmeiras possui uma missão complicadíssima para evitar o segundo rebaixamento à Série B em dez anos. Com somente 26 pontos no Campeonato Brasileiro, o time comandado por Gilson Kleina precisará tirar uma desvantagem de nove em relação ao Bahia, próximo adversário, nesta quarta, às 19h30 (de Brasília), em Salvador, para sair da zona mais indesejada da tabela de classificação.

Diretor do departamento financeiro palmeirense no ano do primeiro rebaixamento da equipe, sob presidência de Mustafá Contursi, Palaia defende a diretoria do ano de 2002, e vê uma postura passiva em relação aos problemas vividos, como diferenças políticas que resultaram em até agressões físicas entre conselheiros na sede do clube.

"A diferença do Palmeiras de hoje para o de 2002 é que atualmente o time é medíocre e de salários multimilionários, com caixa em vermelho de R$ 200 milhões. Temos dívida de pagamento de antecipado até 2017. Falta comando administrativo, de gente que conhece o que é o Palmeiras", disse Palaia, que reclama dos altos investimentos.

"Temos um time medíocre com salários bilionários. No tempo do Mustafá, ele deixou R$ 50 milhões no caixa e não passou a vergonha que estamos passando, de cadeiradas, essas coisas. Não deixou a dívida propensa para a segunda divisão. Vamos ter que pagar a dúvida até 2017. Coitado de quem assumir a presidência do Palmeiras", conclui Palaia, atual membro do Conselho Deliberativo da equipe.

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