Em um espaço de dez anos, o torcedor palmeirense volta a viver o
pesadelo mais temido para um grande clube brasileiro: a proximidade do
rebaixamento. No ano de 2002, o destino foi a Série B. Agora, somente
uma recuperação inesperada salvará o time da queda. Na visão de dois
nomes que passaram pela alta cúpula alviverde, o calvário vivido pela
equipe é visto como consequência do atual trabalho da diretoria,
presidida por Arnaldo Tirone e com participação influente do vice
Roberto Frizzo.
"Gostaria de saber o que acontece com o Palmeiras. Houve um pouco de
falta de pulso dos dirigentes atuais. Na hora em que deveriam tomar as
medidas certas, não tomaram, e chegamos a esta conclusão", afirmou ao Terra
Salvador Hugo Palaia, presidente interino do clube de Palestra Itália
no ano de 2010, após licença médica de Luiz Gonzaga Belluzzo, e membro
da diretoria desde a década de 70.
Derrotado pelo Náutico no último domingo por 1 a 0, o Palmeiras possui
uma missão complicadíssima para evitar o segundo rebaixamento à Série B
em dez anos. Com somente 26 pontos no Campeonato Brasileiro, o time
comandado por Gilson Kleina precisará tirar uma desvantagem de nove em
relação ao Bahia, próximo adversário, nesta quarta, às 19h30 (de
Brasília), em Salvador, para sair da zona mais indesejada da tabela de
classificação.
Diretor do departamento financeiro palmeirense no ano do primeiro
rebaixamento da equipe, sob presidência de Mustafá Contursi, Palaia
defende a diretoria do ano de 2002, e vê uma postura passiva em relação
aos problemas vividos, como diferenças políticas que resultaram em até
agressões físicas entre conselheiros na sede do clube.
"A diferença do Palmeiras de hoje para o de 2002 é que atualmente o time
é medíocre e de salários multimilionários, com caixa em vermelho de R$
200 milhões. Temos dívida de pagamento de antecipado até 2017. Falta
comando administrativo, de gente que conhece o que é o Palmeiras", disse
Palaia, que reclama dos altos investimentos.
"Temos um time medíocre com salários bilionários. No tempo do Mustafá,
ele deixou R$ 50 milhões no caixa e não passou a vergonha que estamos
passando, de cadeiradas, essas coisas. Não deixou a dívida propensa para
a segunda divisão. Vamos ter que pagar a dúvida até 2017. Coitado de
quem assumir a presidência do Palmeiras", conclui Palaia, atual membro
do Conselho Deliberativo da equipe.
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