O município de Buerarema, no Sul da Bahia, vive um
sábado de conflitos. Palco de disputa entre produtores rurais e
indígenas da etnia tupinambá, o clima de violência na cidade,
ocupada atualmente por tropas da Força Nacional, aumentou
consideravelmente hoje (24), e resultou na depredação de diversos bens
públicos e privados, no incêndio de 15 residências e no uso de gás
lacrimogênio e bombas de efeito moral com o objetivo de conter OS atos
de vandalismo.
Segundo a Polícia Civil, o estopim da crise deste
sábado foi a chegada do suposto irmão do cacique da tribo, que chegou
armado em Buerarema a fim de pegar combustível e teria insultado
moradores da região. A provocação foi o suficiente para que a tensão na
cidade alcançasse níveis jamais vistos antes.
"Buerarema está um caos, e o sentimento de revolta aqui é tão grande que
várias casas comerciais já foram invadidas e depredadas, assim como
bancos, a Cesta do Povo e os Correios da cidade", disse um morador do
local, Cláudio da Conceição. Em entrevista para o CORREIO, o autônomo de
46 anos relatou os acontecimentos deste sábado. "
"A população está concentrada em frente ao prédio da
prefeitura, como forma de protesto, porque a coisa está feia. A Guarda
Nacional, ao invés de nos proteger, está batendo no povo. A tensão é tão
grande que está tudo fechado na cidade e agora [às 19h15] acabou de
chegar um ônibus cheio da Polícia Militar de Itabuna", disse Cláudio.
População revoltada incendiou casas de indígenas da etnia tupinambá (Foto: Macuco News)
A Polícia Civil confirma a destruição na cidade de
inúmeros estabelecimentos comerciais que fornecessem materiais ou
alimentos aos indígenas, ou que fosse gerenciados por parentes deles. A
população também invadiu e ateou fogo nas casas habitadas pelos
tupinambás desde a manhã deste sábado.
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