Há 20 anos em Portugal e formado na Espanha, Robson
Carmo é outro que decidiu voltar ao Brasil. "Devo responsabilidade ao
pacientes e não aos médicos brasileiros. As pessoas é que devem me
avaliar", disse, afirmando que a bolsa oferecida de R$ 10 mil é o fator
menos importante. "Lá fora ganhava duas vezes e meia mais que aqui",
afirma. "E chega uma borda na vida que nem tudo é dinheiro. Os colegas
brasileiros não precisam ficar com medo da gente" disse Marcio,
revoltado com a polêmica. Ele disse que decidiu voltar ao Brasil há
apenas 40 dias.
Outra revolta dos médicos recém-chegados de Portugal é
sobre a reclamação das entidades médicas de falta mais estrutura do que
profissionais da saúde no Brasil. "Conheço a realidade na minha cidade e
sei que nos postos os médicos estão bem equipados", disse Geslei
Teodoro, outro goiano que deixa a Europa para voltar para casa. "Entendo
a preocupação dos médicos daqui, mas com o tempo isso passa", disse,
afirmando que há muitas inverdades sobre a formação deles no exterior.
"Se você quiser sair de Portugal e ir para a Inglaterra, não tem essa
de fazer prova, basta certificar que você sabe falar inglês", comentou
ao lado dos dois amigos, dois médicos brasileiros que vieram da
Argentina e quatro médicos portugueses.
Durante todo o fim de semana, 68 médicos vão chegar no
aeroporto do Galeão vindos de Portugal, Alemanha, Espanha, Uruguai,
Argentina e Rússia, sendo alguns brasileiros formados nesses países. Do
total de 244 médicos que chegam ao Brasil, 47 vão ficar em cidades do
Estado do Rio. Eles vão ficar três semanas em um alojamento do exército e
participam de um treinamento de avaliação de programa de saúde e língua
portuguesa feita por uma universidade federal.
Independente da especialidade de cada profissional, eles atuarão como médico de família. Depois de aprovados, eles ganham visto de trabalho de três anos de duração para trabalhar apenas no local escolhido no processo de seleção.
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