A
defesa de Bispo Rodrigues argumentou que as reuniões em que teriam sido
acertados os pagamentos a parlamentares em troca de apoio no Congresso
Nacional a projetos de interesse do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva teriam sido realizadas antes de novembro de 2003. A data é
importante porque foi quando entrou em vigor uma lei sobre corrupção
mais severa que a vigente até então. A pena, que variava entre um a oito
anos, foi aumentada para dois a 12 anos.
A
briga entre Lewandowski e Barbosa começou justamente porque o
presidente do STF não queria reabrir essa discussão. Na sessão de hoje,
Lewandowski disse que, embora Rodrigues tenha sido condenado pelo
recebimento de R$ 150 mil em dezembro de 2003, na denúncia enviada pelo
Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo em 2006 havia citação do
recebimento de R$ 250 mil antes de novembro de 2003, quando ainda
vigorava legislação mais branda. No entanto, na última manifestação do
MP, as alegações finais, o primeiro delito foi excluído. Sua posição foi
seguida pelos ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello.
Em uma cena inédita,
Joaquim Barbosa pediu novamente a palavra para, segundo ele,
complementar seu voto. Contestando Lewandowski, ele disse que a única
prova presente nos autos foi o recebimento da propina pelo réu em
dezembro de 2003, após a entrada em vigor da lei que estabelece pena
maior para o crime de corrupção. Ganhou apoio dos ministros Luís Roberto
Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar
Mendes e Celso de Mello.
Nenhum comentário:
Postar um comentário