sexta-feira, 23 de agosto de 2013

No Brasil, Sasha Grey diz: "a pornografia está morrendo"

Sasha Grey não é mais aquela garota que grita – e faz – sacanagens. Entre 2006 e 2011, emplacou 271 filmes pornôs e ganhou o status como uma das atrizes mais audaciosas da indústria e lotou sua prateleira de prêmios, como o de melhor cena de sexo grupal, oral e outros ainda mais hardcore. Aos 25 anos, com o cabelo curto e roupas mais comportadas, a norte-americana deixou tudo isso de lado para se dedicar ao que jovens com certo talento querem fazer pelo resto da vida: projetos artísticos. O mais recente deles é o romance Juliette Society, seu primeiro livro erótico, que a trouxe ao Brasil para uma bateria de eventos e entrevistas com diversos veículos brasileiros nesta semana.

Mas nem tudo está perdido no mundo dos sonhos com Sasha. Ela continua libidinosa e sensual, mas agora por meio das palavras e pensamentos de Catherine, uma jovem universitária que acaba se envolvendo em uma fraternidade totalmente sexual. “Há muitas coisas que coloquei no livro sobre minha própria experiência. Mas também há histórias muito mais selvagens do que as minhas, que ouvi de pessoas que conheci, histórias que li ou assisti”, disse em entrevista exclusiva ao Terra, em uma grande varanda de um hotel luxuoso de São Paulo, com direito a um belo dia ensolarado. Cenário perfeito para qualquer filme adulto com ela,  como aqueles olhos penetrantes e sua sobrancelha sensualmente curvilínea fazem você imaginar no primeiro momento em que a encontra – esperando, toda simpática e aberta, para conversar sobre literatura.

Marina Ann Hantzis, seu nome verdadeiro, não acredita mais na força do pornô e, depois de quebrar com sua produtora de filmes eróticos, os livros são seu principal meio de despertar emoções – para o leitor e para ela mesma. “Sabe, a música, os filmes, a pornografia, todas essas coisas estão morrendo em termos de sua estrutura tradicional. As pessoas estão confusas e não sabem o que fazer. Porém, os livros não estão mortos. É algo que sempre vai estar por aí e isso me dá esperança”, explica a atriz e escritora, que se diz sortuda de conseguir se expressar por uma forma de arte mais “prestigiosa”.

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