O blog The Fix, do jornal The Washington Post, listou quatro razões
pelas quais o Congresso americano pode votar contra a autorização
solicitada pelo presidente Barack Obama para realizar uma ação militar
na Síria. Obama anunciou hoje que tomou a decisão, mas que o ataque não
será iminente e que buscará a autorização do Congresso. Os parlamentares
se reúnem no próximo dia 9 de setembro para debater a questão.
O texto do blog da publicação diz que a situação é
“muito líquida” e que “não é possível enfatizar com certeza”, mas
haveria “muitas razões” para acreditar que o Congresso poderia votar
contra. São elas:
1) A população não está pedindo por isso:
segundo um levantamento da NBC, metade dos americanos se opõe à ação
militar na Síria. A pesquisa também mostra apenas 21% acha que se
envolver na questão é um interesse nacional dos Estados Unidos, enquanto
27% acredita que a intervenção vai ajudar a melhorar a situação na
Síria. Em outras palavras, segundo o texto, “as pessoas vêem a ação
militar mais como retaliação pela alegada utilização de armas químicas
na Síria do que como algo que realmente vá fazer algum bem”.
2) Cansaço de guerra: As experiências
do Iraque e do Afeganistão ainda estão frescas na mente da população, e
há paralelos suficientes entre essas situações e o caso da Síria para
deixar os parlamentares ressabiados. Vários membros do Congresso
expressaram dúvidas sobre a afirmação do governo Obama de que o regime
sírio usou armas químicas - algo que não teria acontecido sem a
controversa polêmica da existência de armas de destruição em massa no
Iraque. Segundo o blog, ambas as guerras foram muito impopulares e
tornam muito mais difícil de vender qualquer tipo de ação militar hoje.
3) A votação da guerra do Iraque: Em
2002, a então senadora Hillary Clinton votou a favor da guerra do
Iraque, o que, segundo o blog, minou suas chances de concorrer à
Presidência na época pelo Partido Democrata. “Outros políticos estão
receosos por causa disso”, diz o texto. “Quando se trata de política, é
sempre mais fácil votar contra alguma coisa do que votar a favor. E se o
povo americano não está implorando pelo uso da força militar, o
parlamentar pode estar colocando sua carreira em risco por um voto
desses”, afirma o blog.
4) Oposição bipartidária: segundo o
blog, política externa e segurança nacional são questões cada vez mais
apartidárias, com republicanos e democratas se unindo contra o governo
em temas como a vigilância. De acordo com o texto, uma coalizão
bipartidária semelhante parece estar se manifestando, neste caso,
com cerca de 70 deputados democratas se juntando com aproximadamente 100
republicanos da Câmara. Obama não contaria com um Partido Democrata
unido e teria de convencer muitos republicanos para seguir com o ataque à
Síria.
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