terça-feira, 16 de outubro de 2012

Talibã diz que atentado contra menina foi justificado

Insurgentes do Talibã disseram na terça-feira que a estudante paquistanesa baleada na cabeça por militantes do grupo merecia morrer, por ter se manifestado contra o Taliban e elogiado o presidente dos EUA, Barack Obama. Malala Yousufzai, de 14 anos, foi transferida na segunda-feira para a Grã-Bretanha, onde os médicos disseram que ela tem chances de uma "boa recuperação".

O ataque a Yousufzai, que militava pelo direito das meninas à educação, foi amplamente condenado. Autoridades disseram, sem dar detalhes, que já prenderam vários suspeitos de envolvimento com o atentado, ocorrido na semana passada. O Taliban paquistanês descreveu Yousufzai como uma "espiã do Ocidente".

"Por essa espionagem, infiéis deram-lhe prêmios e recompensas. E o Islã determina assassinar aqueles que estejam espionando para os inimigos", disse o grupo em nota. "Ela costumava propagar contra os mujahideen e difamar o Talibã. O Alcorão diz que as pessoas que propagam contra o Islã e as forças islâmicas seriam mortas. Nós a alvejamos porque ela falava contra o Taliban enquanto se sentava com estrangeiros sem-vergonha e idealizava o maior inimigo do Islã, Barack Obama."

Yousufzai, uma menina alegre que desejava ser médica, mas depois foi convencida pelo pai a seguir a carreira política, se tornou um potente símbolo de resistência contra os esforços do Talibã para impedir a educação feminina. Houve alguns protestos e vigílias em homenagem a ela no Paquistão, mas as autoridades locais em geral evitaram criticar diretamente o Taliban pelos ataques.

"Nós não a atacamos por levantar a voz pela educação. Nós a alvejamos por se opor aos mujahideen e à sua guerra. A sharia (lei islâmica) diz que até uma criança pode ser morta se estiver propagando contra o islã."

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