O ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, que foi condenado pelo
sequestro e assassinato da modelo Eliza Samudio, afirmou que gostaria
que o corpo dela fosse entregue, mas negou saber onde ele está. "Eu até
peço, nesta oportunidade que estou tendo, que entreguem os restos
mortais (de Eliza) para que possam dar um enterro digno para
esta pessoa. Mas é uma coisa que eu não posso fazer, não está na minha
mão", disse o atleta, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal
Hoje em Dia. Bruno afirmou que sabia que Eliza havia sido assassinada,
mas negou ser o mandante do crime. "Eu não mandei matar a Eliza, não
mandei. Isso eu afirmo. Agora, você sabia? Sabia, sim. (...) A verdade é
que eu não mandei matar a Eliza, e desde o começo eu sabia que ela
tinha sido morta."
O atleta, que cumpre pena de 22 anos e três meses de prisão, disse que,
"de certa parte", sente-se culpado pela morte da modelo. "Eu poderia ter
feito alguma coisa e não fiz. (...) Mas eu fui deixando as coisas
acontecerem e simplesmente fechei os olhos até achegar a esse ponto",
afirmou. Bruno disse que só ficou sabendo do assassinato de Eliza quando
o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o primo, Jorge Luiz Rosa,
chegaram ao sítio do ex-jogador em Esmeraldas (MG). "Macarrão voltou só
com o menino e eu vi que tinha acontecido alguma coisa. O Macarrão disse
que nunca mais poderia chamá-lo de 'bundão', que ali estava o meu filho
para que eu pegasse e cuidasse. Eu me desesperei, tive medo da
situação", afirmou. O atleta disse que foi Jorge quem contou para ele os
detalhes do homicídio. "Ele contou que foi uma coisa muito esquisita.
Que chegaram numa casa escura, estava tudo muito escuro. Chegou um cara
negro, alto, forte e com uma falha no dente. Ele cheirou as mãos de
Eliza e perguntou se ela usava drogas. Aí ele amarrou as mãos dela para
trás e, depois, o cara cortou o corpo de Eliza. Disse que uma das mãos
foi jogada para os cachorros. Aí eu falei: 'o que é isso?'. Fiquei muito
assustado."

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